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Entrevista a Tiago Duque – “A Académica não queria arranjar problemas com o Belenenses”

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Tem Duque no nome mas não é monarca, é apenas mais um jovem com talento para o futebol. Sem coroa na cabeça usa o físico para se destacar. Já jogou em grandes equipas portuguesas, já jogou no Luxemburgo e até já jogou pelas camadas jovens da nossa seleção portuguesa.

Defesa natural da margem Sul, começou a sua formação no Amora, mas foi do outro lado do Tejo que começou a ganhar destaque. Confessa que nem sempre fez as escolhas acertadas ao longo da sua carreira, todos os dilemas que já viveu, as promessas não cumpridas e um empurrão que o levaram para outro país.

Contou-nos tudo isto da forma mais sincera possível.

Longa vida ao futebol de rua

Isto já é aquela pergunta clichê, mas quando e onde é que tudo começou?

“Tudo começou no Amora, é sempre será o meu clube. Começou lá nas escolinhas do Amora, até por iniciativa de um amigo de infância, ele dizia-me do gênero«não queres vir ali fazer uns treinos?» Eu fui, sempre gostei muito de futebol.”

Jogavas muito na rua?

“Sim, felizmente ainda apanhei essa geração que jogava futebol na rua e nos intervalos da escola, sempre que arranjavamos um bocado para jogar à bola era o que iamos fazer.”

Por falar em escola, faltavas às aulas para jogar futebol? É que virou uma constante entre os nossos entrevistados (risos).

“Não, não (risos). Nunca faltei porque tinha um mãe que andava sempre em cima do acontecimento. Era mesmo difícil faltar às aulas, ela era encarregada de educação, mas era sempre na red line, ali sempre até da última hora.”

O outro lado do Tejo

Começou nas escolas de formação do Amora, estás até aos 14 anos, mudas-te para o Corroios e então passas o Tejo para assinar pelo Sporting. Como surgiu esta proposta? Ainda te lembras?

Na altura, antes de ir para o Sporting eu tinha ido para o Corroios, porque tinha equipas nos campeonatos nacionais. Os iniciados estavam nos nacionais, a meio da minha primeira época nos iniciados e na altura houve o contacto do Sporting e do Benfica, até o dirigente do Corroios que tinham um protocolo qualquer com o Benfica estavam-me a indicar mais para o Benfica, mas eu achei que o ideal era ir para o Sporting, tinham dois grandes centrais lá, o Tobias Figueiredo e o Eric Dier, mesmo que não fosse jogar, ao menos aprendia muito.”

No Sporting, foi fácil a adaptação? 

“Sim, foi fácil. Eu fui para o Sporting nos últimos dois/três meses da época de iniciados. No Corroios nessa época não tinhamos passado à segunda fase e então o campeonato acabou mais cedo, acabei por mudar logo para o Sporting para me ir habituando, já tinhamos tudo certo para efetuar a mudança e acabei por o fazer. Apanhei um clube espetacular. Aquela dinâmica das carrinhas que nos vinham buscar para os treinos era fantástica, criou-se ali um grupo porreiro. No final desse ano acabei por ir à seleção.”

 

Mas foi uma realidade diferente no Sporting comparado o que viveste no Corroios ou no Amora?

“Por exemplo, até ir para o Sporting eu nunca tinha feito ginásio, não que eu não soubesse o que era, mas não o fazia com regularidade. Os campos, o material do treino, o conhecimento dos treinadores, juntares uma vez por semana com os jogadores mais velhos para fazeres trabalhos específicos que te dão certos promenores que podem fazer diferença. É a questão de estares a jogar com jogadores de topo, com a tua idade eles estão a jogar contigo, estás a jogar a jogar com os melhores da tua idade.”

Rúben Semedo, Eric Dier e Tobias Figueiredo

Quando tu no Sporting jogavas com uma tática de quatro defesas com dois centrais, e já havia grandes nomes já nessa altura apontados para essa posição, como é que tu evoluias? Aprendias com eles?

“O Eric e o Tobias já marcavam a diferença na época. Tanto pela estrutura física como pela qualidade. O Rúben Semedo chegou mais tarde. Estive algum tempo com o Eric Dier mas ele depois esteve uns anos em Inglaterra antes de voltar para o Sporting. Na verdade nunca conseguimos estar os quatro em simultâneo, posso dizer que tive sorte por nunca termos estado os quatro porque me permitiu fazer dois anos muito bons no Sporting.”

A mudança do Sporting para o Benfica

Qual foi o motivo para trocares o Sporting pelo Benfica nessa altura?

“Na altura que eu troquei foi mais difícil, não era uma coisa de todo normal, hoje em dia é bem mais fácil fazer uma troca deste gênero. Acabou por ser uma coisa natural, eles [o Sporting] disseram-me que não ia conseguir atingir o nível de primeira equipa do Sporting e então permitram a minha saída. Os júniores já eram uma realidade totalmente diferente, treinavam de manhã, tinhamos que ter um contrato profissional. Na altura eu e o meu empresário perguntámos se não havia entravo para nenhum clube que me quisesse.”

Mas e o Benfica? Apareceu quando?

“Passado pouco tempo acabou por surgir o Benfica, eu sou do Seixal, portanto estava ali ao lado de casa, eu tinha 17 anos, ali pertinho de casa e a jogar num grande clube era fantástico. Em retrospectiva não foi a melhor decisão porque acabei por ter dois anos que mal joguei no Benfica, mas na altura pareceu-me ser a melhor opção”

O Seixal cheio de qualidade

Tal como no Sporting, no Benfica voltas a encontrar novamente uma equipa recheada de centrais de grande qualidade. Frederico Venâncio, central que esteve ligado ao Vitória, Nélson Monte do Rio Ave e Fábio Cardoso do Santa Clara foram teus colegas no Benfica. 

“Se me permites uma opinião pessoal, o Fábio Cardoso já é grande demais para aquilo que é o Santa Clara, com todo o respeito pelo Santa Clara, o Fábio Cardoso é um jogador  de topo. É um jogador de Seleção Nacional, mas é uma questão de tempo até lá chegar. O Nélson Monte é um ano mais novo, nunca convivemos tanto mas ainda o apanhei, mas ele saiu para o Rio Ave e foi crescendo por aí fora. O Venâncio saiu entretanto para o Setúbal e fez boas épocas, merece estar onde está, trabalhou para isso.”

Estiveste ainda na formação com João Cancelo, Bernardo Silva no Benfica. Afinal é verdade ou não que o Bernardo Silva dava um bom defesa esquerdo? 

“Nunca tive oportunidade de ter o Bernardo como colega na defesa, foi uma pena, acho que isso foi mais para os memes que outra coisa (risos).”

Com todos estes nomes de qualidade no futebol no Benfica, foi um ano de luxo na formação do Benfica?

“Honestamente, penso que sim. Eu apanhei o João Cancelo, Bernardo Silva, no ano anterior apanhei o José Sá, o Bruno Varela, o Ivan Cavaleiro, o Hélder Costa, tinhamos realmente uma equipa fantástica, acabamos por ser campeões.”

Eu olhava para o Cancelo e pensava “este vai longe”.

“O Cancelo eu já conhecia há muito tempo, ele começou no Barreirense e o Amora, em escolinhas na altura nos infantis, eram jogos muito quentes, na altura ia jogar muitas vezes contra ele. O João já fazia diferença nesse escalão, ele não tinha medo de arriscar, assumia responsabilidades. O Bernardo no seu primeiro ano de júniores não jogou muito, essa é a verdade. O que acho que o atrasou um bocado como jogador foi a estratura…”

Mas se fores a ver, a estrutura pouco importa, tens jogadores baixinhos como o Tiago Dantas no Bayern hoje em dia.

“Essa mentalidade tem vindo a mudar ao longo dos anos, a formação do Benfica cresceu muito e graças a isso. As formações dão mais valor à evolução do jogador e à qualidade do que aos resultados. Já não interessa tanto os campeonatos, interessa mais o real sentido da palavra que é a formação.”

“Sempre joguei a central porque é que agora vou mudar para defesa esquerdo?”

E por falar em títulos, foste campeão de Juniores no segundo ano de Águia ao peito. Qual a sensação?

“Eu vou-te ser sincero. Na altura senti-me campeão mas joguei muito pouco nesse ano por opções técnicas. Não é que sinta desprezo pelo título, porque um título é sempre um título, mas não houveram oportunidades. O Fábio Cardoso e o Rudinilson Silva eram os titulares nessa altura. O Rudi já era internacional guineense.”

E jogares noutra posição, nunca tentaste?

“Joguei algumas vezes a defesa esquerdo, na altura o treinador era o João Tralhão, ele dizia-me na altura que eu ia dar um bom lateral esquerdo, agora vejo de maneira diferente, mas antes eu via como se fosse uma afronta. Eu ficava muito a pensar que se eu sempre joguei a central, foi como central que cheguei ao Sporting porque é que agora vou mudar para defesa esquerdo no meu último ano de júniores? Agora penso de maneira diferente, são coisas de miúdos, não guardo qualquer rancor ao míster João Tralhão. Na altura se o tivesse ouvido de maneira diferente, provavelmente seria tudo diferente e tivesse jogado mais vezes, são escolhas.”

Do Seixal para o Restelo e o passo atrás

 

A que se deve a mudança para o Belenenses? A falta de oportunidades no Benfica?

“Sim, eu estive dois anos onde mal joguei, eu sabia que a meio do segundo ano sabia que tinha que procurar outras opções, eu assino com o Belenenses dois, três meses a analisar a melhor opção. Já na altura trabalhava com Carlos Gonçalves, eles tinham boas relações com o Belenenses, o presidente achou uma boa opção e acabamos por chegar a um acordo.”

Não seria oportuno continuar no Benfica e esperar uma oportunidade?

“A questão é que nem me foi dada oportunidade de continuar no Benfica. Foi o primeiro ano de criação da nova equipa B. Não houve uma oportunidade, eu tinha mesmo que procurar um novo projeto.”

Segues por empréstimo em diversos clubes. Era o passo atrás que necessitavas?

“Sim, eu acho que sim e pegando naquilo que eu te disse há bocado e para finalizar o tema da formação quando disse que não foi a melhor opção ter ido para o Benfica, eu na altura tinha propostas salvo erro do Marítimo e do Rio Ave quando sai do Sporting. Seria bom para mim ter dado esse passo atrás nesse ano do que ingressar no Benfica, com jogadores de topo mas não conseguir jogar. ”

Mas e no Belenenses? 

“Eu com o Belenenses acabei por assinar em Agosto, já assinei fora daquela altura de montar o plantel, a única hipótese era ir para o Sintrense. Fizemos uma época muito boa, nesse final de época acabei por receber proposta do Atlético CP. onde começo a fazer jogos na Segunda Liga, salvo erro fiz mais de cem. Fui para Olhão e fiz uma primeira época fantástica, provavelmente a minha melhor época no ano em que sobe o Chaves e Feirense à Primeira Liga.”

Promessas inglórias no Belenenses

E depois dessa excelente época em Olhão, não houve propostas?

“Quando estava no Olhanense voltei a receber propostas de equipas da primeira liga, do Moreirense e do Estoril e sempre me foi negada a saída do Belenenses. Eles prometeram-me na altura e eu não tinha como contrariar essa decisão, prometeram-me que ia ficar na primeira equipa. Na pré-epoca no Restelo eu aceitei que me colocassem como defesa esquerdo para ver como me adaptava, era Júlio Velázquez o treinador nesse ano, tive que aceitar a sugestão que ele me deu.”

“Mais tarde, num treino, o Velázquez disse-me que eu não era o defesa que ele queria, normalmente um treinador espanhol, quer um lateral que faça a linha toda, que seja rápido. Eu com um background de central garantia solidez defensiva mas ofensivamente tinha algumas lacunas.”

A verdade é que em cinco anos acabaste por nunca ter uma grande oportunidade no Restelo.

“São os pequenos pormenores, sempre que eu fazia épocas boas na Segunda Liga na época seguinte no Belenenses nem fazia a pré-época e quando finalmente fazia aconteciam estas situações. É muito bom ter um contrato com uma equipa da primeira liga, que pagam certinho, mas depois há o outro lado, tenho um contrato sou obrigado a cumprir, assinei, tive de o cumprir de forma justa e da maneira que o clube quer, a última palavra é sempre deles.”

O teu contrato inicial era de quantos anos? 

“O contrato inicial foi de dois anos, depois renovei por mais dois anos e mais tarde por mais um ano…”

Mas sem oportunidades, após dois empréstimos consecutivos, terem barrado uma mudança para a Primeira Liga, não seria melhor não teres renovado? 

“Até parece irónico não achas? A questão é que quando fazia boas épocas era quando a época estaria perto de terminar. Quando me oferecem a renovação eu tinha uma época na terceira divisão e outra na segunda pelo Atlético. Era um contrato de primeira liga e era seguro. Renovei quase de olhos fechados, sem pensar muito. Já na segunda vez que renovei, vem a meio da época que faço em Olhão em que realmente renovo com a tal promessa que ia ficar na primeira equipa no ano seguinte e fazer parte do plantel, não necessariamente como titular, mas uma segunda opção, como era um campeonato longo achei que fosse uma boa opção, algo que não foi acontecer. Não culpo o Belenenses. São promessas feitas pela direção, é normal que um treinador possa ter uma ideia diferente da direção.”

“A Académica não queria criar problemas com o Belenenses”

Tiveste quatro empréstimos consecutivos a cumprir sempre épocas inteiras nos respetivos clubes, mas em Coimbra foi diferente, meia época em Coimbra e do nada uma mudança para o país do grão-ducado. A que se deveu?

“Quando estava em Coimbra, já no fim da primeira parte da época, houve essa proposta do Luxemburgo. Na altura os dirigentes do clube do Luxemburgo ligaram diretamente ao Belenenses e falaram com eles. Eu até acabei por saber dessa questão através do meu empresário no dia em que a Académica e o Ricardo Soares sabem dessa proposta. Eu não tinha vontade de sair da Académica, é um clube que se aprende a gostar. Posso dizer-te que é dos clubes que a minha mulher mais gostou e que eu adorei estar em Coimbra. Acabaram por surgir contactos com o Belenenses e na altura e segundo o que me foi passado, e não quero por ninguém em cheque, mas segundo o que me contaram, o Belenenses impôs que eu fosse para o Luxemburgo.”

E a Académica? 

“A Académica na altura não queria criar conflitos com o Beleneneses, já tinham o Femi Balogun e o Ricardo Dias emprestados pelo Belenenses e não podiam correr o risco de criar atrito entre os clubes e perder esses jogadores emprestados. O Ricardo Soares teve uma conversa comigo e que pela vontade dele eu não ia embora, ele contava comigo, mas também não tinha poder nenhum para se atravessar para não por em causa futuras relações entre os clubes. Quem me levou para o Luxemburgo foi o Carlos Fangueiro, achei que era uma boa oportunidade para conhecer a realidade lá fora.”

Mas sentes que foste empurrado de alguma maneira para fora da Académica?

“Empurrado não digo, mas se puseres as coisas nesse termo talvez. Não sei por quem mas houve interesse de alguém que eu saísse da Académica e que fosse para o Luxemburgo, mais ir para o Luxemburgo do que sair da Académica. Não sei por quem, mas alguma coisa se passou ali. Eu acabei por sair da Académica não por vontade própria, mas não tive outra opção.”

O destino de mãos dadas com a vontade mostrar serviço

No Olhanense (ainda por empréstimo do Belenenses) e no Amora (já depois de regressares do Luxemburgo) tiveste a sorte de encontrar por duas vezes o Belenenses no caminho da Taça de Portugal. Era o destino a querer que mostrasses serviço?

“Não sei, talvez. São histórias engraçadas, no Olhanense eu ainda estava emprestado, o Belenenses teve que autorizar que eu jogasse essa partida, já no Amora eu já não tinha qualquer ligação e curiosamente até marquei nesse jogo. Não vou mentir, foram jogos especiais, sentia aquela mágoa e aquela vontade mostrar que realmente deveria ter tido uma oportunidade, pelo menos deveriam ter-me dado uma oportunidade na Primeira Liga e mesmo que depois não jogasse eu assumia que não jogava por falta de qualidade. Achei que era altura de lhes mostrar que merecia mais e até marquei, foi por pouco.”

O Titus Pétange e o campeonato luxemburguês

Falei há pouco no Luxemburgo.  Foi um passo atrás na tua carreira? Arreprendes-te?

“Sim, acaba por não ter sido uma boa opção. Não vou mentir, financeiramente foi bom mas desportivamente podia ter sido melhor. Encontrei pessoas fantásticas lá que me ajudaram muito. É uma realidade diferente de Portugal, mesmo sendo a Primeira Liga são clubes que só treinam à noite, e que mesmo sendo equipas que disputam Champions League acabavam por não ser jogadores que se focavam apenas no futebol, que trabalhavam e depois iam jogar. Diferente daquilo que vês em Portugal até mesmo na Liga SABSEG, eu não estava habituado àquela realidade. Dá para comparares o campeonato luxemburguês ao Campeonato Nacional de Séniores onde a visibilidade não é muita.”

O regresso a Portugal e um déjà-vu

Estiveste duas épocas no Amora, onde foste titular indiscutível na primeira época e foste sendo titular ao longo da segunda. Como avalias este regresso a Portugal?

“O Amora tinha vindo dos distritais mas era um clube profissional para a realidade do Campeonato Nacional de Séniores. Até foi nesse ano que apanhámos o Belenenses na Taça. Acabei por fazer bastantes jogos. Na segunda época acabei por renovar mas senti que poderia haver uma proposta de um escalão acima e eu tinha um acordo com o presidente que se essa oportunidade surgisse e fosse vantajosa desportivamente ou financeiramente para mim fora do CNS, que eles me deixavam sair, a meio de Janeiro, já com três treinadores nessa época, achei que era tempo de voltar a arriscar no Luxemburgo.”

Exatamente, regressas novamente ao Luxemburgo. Outra vez a mesma ambição?

“Eu tentei novamente, o Titus nessa altura estava em primeiro classificado e havia a possibilidade de jogar uma fase de qualificação de uma Champions ou de uma Liga Europa. ”

E isso acabou por acontecer? 

“Acabou por acontecer mas eu acabei por não ficar para a época em que houve essa classificação. Foi o ano da pandemia, fizemos três, quatros jogos. O campeonato tinha fechado e eles conseguiram o apuramente. Houve um problema com o treinador, ele veio embora. Como tinha sido esse treinador a levar-me para lá eles chegaram a um acordo comigo para eu vir embora também, já estava há dois meses sozinho no Luxemburgo. Fronteiras fechadas, aeroportos fechados. Quando eles me apresentaram a proposta de rescição eu nem pensei duas vezes, eu queria ir para casa, há coisas que o dinheiro não paga, então voltei.”

Uma nova vida nos Açores

Regressas a Portugal, para assinares pelo Praiense. Uma equipa que luta com tudo o que tem. 

“Este ano o Praiense e sinto-me à vontade para o dizer, é a realidade que toda a gente conhecer. É o ano zero do Praiense quase ano menos um. Entraram investidores novos que estiveram aqui um mês, mês e pouco e abandonaram. Ficamos entregues à direção do clubes, os investidores não querem saber disto. A direção acaba por fazer um esforço enorme para cumprir todas as obrigações que têm connosco. Neste momento estamos apurados para a fase de acesso à nova liga. É o prémio fantástico para este grupo depois de tudo o que se passou ao longo deste ano.”

Quais foram as ambições dadas no início da época, visto que esta época é ligeiramente atípica derivado da criação da Terceira Liga?

“No início da época quando chegámos havia aqueles rumores que ainda não se sabia quem ia subir porque o campeonato não tinha acabado. Não se sabia que subia, se subiam dois e os restantes dinheiro. Se subia só um ou se subiam os quatros líderes das ligas. Acabou por subir o Vizela e o Arouca. Quando saiu essa decisão foi na altura em que os investidores deixaram de aparecer e as ambições foram criadas internamente, dentro do grupo, dentro do nosso trabalho e foi literalmente jogo a jogo. À medida que a época foi decorrendo fomos acreditando na segunda fase e estamos a cumprir isso.”

 

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