É um clube do qual guardo um carinho muito especial pois foi o primeiro clube onde comecei a dar uns pontapés na bola, um clube onde passei muitos poucos momentos maus pois tendo a conta a idade uma pessoa só se importava com jogar à bola e pouco mais. Devo dizer que me sinto orgulhoso por ter começado onde comecei, e por todo o meu trajeto no Lusitano.
Trocas Évora por Lisboa, dás o salto para o Sport Lisboa e Benfica. O que te levou a fazer esta mudança?
Tal como qualquer jogador da “terrinha” a nossa maior ambição era jogar num grande e poder desenvolver todas as nossas capacidades com o melhor acompanhamento possível, e foi isso que eu fiz, sai cedo de casa para lutar por aquilo que sempre quis, devo um grande obrigado ao Sport Lisboa e Benfica por tudo aquilo que me proporcionou tanto como jogador como homem.
Conseguiste logo na tua segunda época de iniciados ser campeão nacional pelo Benfica, sentes que foi a escolha correta?
Foi muito especial para mim, foi a minha primeira conquista mais a sério, ser campeão nacional de iniciados foi algo que deu muito que falar sobre a nossa geração que hoje é dia é tão falada, foi a partir dessa altura que se começou a acompanhar com mais atenção.
Contudo a tua vida no Benfica nem sempre correu bem, o que mudou?
Já nesse ano, não tinha sido um dos anos com mais minutos, apesar de na primeira época ter jogado quase sempre, na segunda e na terceira apanhei muito poucos minutos também devido a ter partido dois dedos no primeiro jogo da segunda época.
Na época a seguir de juvenis B foi onde tive mais minutos, aproveitei para fazer cerca de 26 golos se não estou em erro, e a época de juvenis A começando da melhor maneira com dois jogos 3 golos na qual um dos jogos tinhamos ganho 2-1 e tinha sido eu a fazer os dois golos, no terceiro jogo não fui titular e a partir daí passei o resto da época no banco, chegando à terceira fase e não ter sido convocado para um jogo.
O Benfica perdeu o interesse em ti?
Sim, acredito que tenha sido isso.
Como reage um miúdo ao ser ‘dispensado’ de um clube grande? Guardaste mágoa ao Benfica?
Não foi bem uma dispensa, foi mais um acordo, eu tinha programado já sair nessa época e já tinha alternativas à minha espera, estava à espera que acabasse a época para me ir embora.
Podemos saber que alternativas eram essas?
A única concreta era mesmo a do Deportivo.
Como é que surgiu o Deportivo na tua vida?
Eles já me andavam a acompanhar há um certo tempo e surgiu o interesse e oportunidade para rumar a Espanha.
Consideras que fizeste uma boa escolha?
Foi o melhor que podia ter acontecido
O Deportivo sempre apostou em vários jogadores portugueses, sentes a ligação portuguesa ao clube espanhol?
Sem dúvida, aliás, quando ia com a primeira equipa às vezes até me sentia melhor do que com a minha devido ao número de portugueses que tinham.
Consideras que estás pronto para dar o salto?
Sinto me preparado para começar a dar os primeiros passos e agarrar uma oportunidade que me seja proposta.
Foste associado ao Newcastle e ao Huddersfield, como é ter o nome associado a clubes ingleses?
De momento a mim não me chegou nenhuma informação sobre tal.
Gostavas que os rumores se tornassem numa proposta ou tens como principal objetivo subir à equipa principal da equipa galega?
Sim, tenho como principal objetivo ter uma oportunidade na equipa A do Deportivo.
E se surgir efetivamente uma proposta?
Tenho a cabeça aqui no Depor, era preciso ser algo muito bom para me fazer pensar nisso.
Vamos falar agora do momento mais aguardado, o europeu u19 que Portugal venceu. Como te sentes?
Passado uma semana os ânimos estão mais calmos, mas ainda assim penso todos os dias naquele dia e tão facilmente não vou deixar de pensar, é algo que me passa na cabeça vezes e vezes sem conta diariamente.
Já te apelidaram de “Éder u19”. Será o minuto 109 um minuto mágico para o futebol português?
(risos) Prefiro ser mais conhecido mesmo pelo Martelo, até conquistar o que o Éder conquistou ainda me falta muito, é uma grande coincidência o facto dos dois golos terem sido no mesmo minuto do prolongamento sim e vai ser certamente um minuto guardado na memória de todos os portugueses.
Estiveste no banco grande parte do jogo, sentias que não ias ter a tua oportunidade de jogares a grande final?
Quando estava 2-0 quase todos estávamos com uma mão na taça mas entretanto a Itáli marca dois golos e tive a oportunidade de entrar, e foi algo que eu já estava preparado, fosse para jogar 90, 120, 15, ou apenas 1 minuto.
Conseguiste dar um ‘martelada’ no jogo, sentes que és o herói do europeu?
(risos) Nada disso, sinto que sou campeão de Europa, isso é mesmo o maior sentimento e a maior felicidade, houve muito mais protagonistas, mas eu devo realçar mesmo é o trabalho de equipa que tanto caracteriza a nossa geração de 99, não só pela nossa qualidade, mas muito pelo nosso espírito de grupo e a alegria no balneário.
Afirmar me na equipa B e depois ambicionar algo maior