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Entrevistas Exclusivas

Entrevista a Francisco Chaló – “A marca lusitana em terras argelinas”

Entrevista a Francisco Chaló – “A marca lusitana em terras argelinas”
Fábio Neves
Maio 5, 2019

Marco Silva, Leonardo Jardim, Nuno Espírito Santo, Paulo Sousa, José Mourinho, Vítor Pereira… e Francisco Chaló. Sabe o que todos estes nomes têm em comum? São todos portugueses e estão a fazer, ou já fizeram, um sucesso estrondoso no estrangeiro.

Começou na natação, em miúdo, depois com 12 anos teve uma prova de scouting de andebol, onde queriam que Chaló permanecesse a utilizar a bola com as mãos mas apareceu entretanto o futebol em Ermesinde. Após uma escolha difícil entre essas modalidades, escolheu o futebol, parecia decidido, era mais que óbvia esta escolha, podia ser bom a usar as mãos mas era com os pés que se destacava. Com 13 anos, no escalão dos iniciados, começou a praticar futebol no clube da sua cidade.

A bizzaria de não poder beber água em esforço e os 200 miúdos na captação do Futebol Clube do Porto.

Tem histórias interessantes e outras curiosas sobre a sua passagem no futebol, quando questionado sobre algumas dessas histórias, Francisco Chaló contou uma que se tivera passado no Ermesinde com apenas 13 anos.

“Tinhamos uma equipa muito interessante, lembro-me que naquela altura era proibido beber água em esforço, e quando me proibiram de beber água no treino, coisa que agora é impensável, mas que na altura não era, foi aí que percebi e que me pus a pensar o que seria necessário para ser treinador, ou naquele caso concreto para ser jogador de futebol“

Passaram-se alguns meses até que ele e um amigo souberam de uns treinos de captação no Porto.

“Depois desse primeiro ano no Ermesinde, eu e um colega soubemos de uns treinos de captação no Porto e lá nos metemos num trólei de Ermesinde até ao Porto. Quando lá chegamos, eu confesso: assustei-me. Não quero exagerar mas eram 200 miúdos a querer ser captados e no meio daquela gente toda, os treinadores olharam para nós e começaram a dizer “tu entras, tu também entras e assim por diante”, eles lá deviam escolher os atletas pela parte física, pela altura, não sei, não faço a mínima ideia, eles nem sabiam que tinhamos jogado no Ermesinde. Eu na altura tinha sido escolhido logo de início, quando entrei disse ao treinador: Eu vim com um amigo. Ao que ele perguntou: “Quem é o teu amigo? Venham os dois então, o teu amigo também pode entrar.”

A omição de informação para evitar as burocracias das transferências e futuras obrigações

“Já escolhidos, fizeram-nos um inquérito, e nós ali tivemos que omitir algumas informações, por exemplo: não podíamos dizer que tínhamos jogado no Ermesinde porque depois havia aquelas burocracias das transferências e das obrigações. Acabámos por ficar os dois na equipa dos iniciados do Futebol Clube do Porto. Os séniores do Futebol Clube do Porto fizeram o jogo de apresentação em Ermesinde o que gerou um estádio cheio, com alguma receita. De certa forma acabou por ser pagamento do Porto pela nossa contratação.“

A carreira no Futebol Clube do Porto e a chicotada-psicológica que o lançou como treinador

“Fui fazendo o meu trajeto profissional no Porto, de forma difícil, depois passado um ano vim para o Feirense mas desde cedo abdiquei do futebol profissional. Tive sempre uma opção de vida, houve outros interesses que se levantaram e acabei por abdicar de ser jogador de futebol com 23 anos (no ponto de vista mais sério). Mais tarde por opção própria acabei por voltar ao futebol amador, na Associação Desportiva Recreativa da Formiga onde passei 4 ou 5 anos, onde estive mais ao menos até aos meus 30 anos estive ali a jogar porque eu trabalha e andava sempre em viagens, eu era dos poucos jogadores que não treinava, ao sábado jogávamos o campeonato de amadores da primeira divisão, que era duríssimo. Já naquela altura havia as chamadas “chicotadas-psicológicas” e alguns desentendimento devido aos maus resultados mesmo que sendo nos amadores, e foi aí que me solicitaram para ser treinador-jogador, foi quando tive a minha entrada para o mundo dos treinadores. Acabei por tirar o curso de treinador. No ano seguinte treinei os iniciados do Alfenense, acabámos por fazer um trajeto muito interessante que depois até chamou a atenção para eu “salvar” os séniores do Alfenense da descida.“

Seis clubes portugueses de elite no currículo de Francisco Chaló

Cinco anos no comando do Feirense (com um ano na Naval lá pelo meio), dois no Penafiel, quatro no Sporting da Covilhã, dois no Académico de Viseu e ainda um no Leixões. Tudo isto num espaço-tempo que vai de 2003 a 2018.

“O Feirense foi a minha entrada no futebol profissional como treinador. Seguiu-se a Naval que foi a minha entrada na primeira divisão portuguesa, foi onde percebi que a Naval não ia ter muitas condições para eu desenvolver o meu trabalho. Tive o Penafiel que ajudei a salvar, foi liderar o Penafiel para altos voos, onde foram potenciados vários jogadores. Tive o Sporting de Covilhã que me permitiu bater vários recordes dentro do clube. Já em Viseu, o Académico também faz uma parte da minha história, conseguimos lutar para subir mas não conseguimos, foi a melhor época do Académico de sempre. Em Matosinhos, já na reta final do campeonato meritório, eu era dos treinadores que iria ter o maior número de pontos. O Leixões tinha uma massa associativa exigente e muito apaixonada, é sempre muito gratificante treinar lá.“

A ideia de ir para a Argélia e a longa abordagem do Paradou Athletic Club

Em Junho começou a primeira aventura além-fronteiras de Francisco Chaló. Após ter deixado o Leixões o técnico português rumou ao continente africano para treinar o Paradou AC. Mas como surgiu a ideia de Chaló rumar para a Argélia?

“Há dois anos fui contactado a primeira vez para ir para a Argélia, houve uma sondagem. Há um ano e pouco começaram a dizer que havia um clube que estava interessado em mim. Passado algum tempo, quando menos esperava, quando ainda tinha contrato com o Leixões por mais um ano, aparece uma oferta de contrato, com vária insistência, foram imensamente persuasivos como fizeram a abordagem, para mim era lógico que seria um desafio, ir para o estrangeiro confirmar o bom trabalho que tenho feito nos clubes portugueses. É um desafio diferente, é muito diferente treinar aqui, é tudo muito mais difícil. Foi a altura certa para me desafiar a mim próprio e para provar que consigo treinar além-fronteiras.”

Um clube sem regras, sem cultura desportiva e sem entendimento de jogo, não foi fácil o começo na Argélia

Eu já sabia que ia encontrar vários problemas, tinha noção disso. Contudo quando cá cheguei as coisas ainda ficaram mais difíceis, não havia regras, não havia cultura desportiva. Não havia entendimento do jogo, não havia uma ideia de como os argelinos vêm os estrangeiros. São pequenas coisas que nos dificultaram a vida e que nos vão continuar a dificultar que serão superados apenas com empenho e determinação, só depois se pode levar as coisas para o nosso lado. Há aqui uma dificuldade entre o que é o entendimento, o expectável, o que é a sabedoria do que é a prática. Aqui toda a gente pensa que percebe de tudo mas não fazem muito para mostrar que sabem. Resumindo aqui não vale a pena falar muito, basta dizer-mos algo que eles entendam que é o que está certo. Há que ter muita paciência e ter uma boa conduta muito firme e determinada em relação a tudo. Ao que é efetivamente a prática no terreno de jogo e ao ambiente que nos rodeia, que nos exige atenção, pedagogia e acima de tudo muita atenção para levar a bom porto todo aquele é a nossa ideologia.

As “más”condições do Paradou AC, o facto de estar limitado a nível de campos e o facto de andar com “a casa às costas”

“As condições, em particular no nosso clube, são diferentes… para pior.

O clube tem uma academia, onde forma jogadores, tem uma filosofia muito própria, tem um terreno muito reduzido apenas para a formação de jogadores. A filosofia deste clube é formar jogadores e há que dá mérito, é de louvar, mas a nível material é muito abaixo dos outros clubes.

Há jogadores jovens com muita qualidade mas também há outros mais fracos, e o facto do Paradou não recrutar coloca-nos uma enorme dificuldade comparando aos outros clubes, mas claro, é ir adaptando a metodologia de treino. Aqui o que temos que fazer treinos de alto rendimento com condições de amador. O estádio em que jogamos é o do nosso rival, que vai em primeiro lugar no campeonato, com apenas um ponto a mais que nós, não quero passar o papel de vítima, estamos aqui porque queremos, ninguém nos obrigou mas gostava de constatar isto.“

A marca lusitana em terras argelinas

“Somos três portugueses aqui na Argélia, queremos deixar a nossa marca lusitana. Queremos deixar um marca também no clube. Estamos completamente isolados no ponto de vista social e no desportivo.“

A média de idades do clube a rondar as 21 anos e o combate à imaturidade

Um clube que ronda os 21 anos na média de idades, o facto de haver muitos jovens sem experências, como é que se “combate” este problema?

“O facto de termos uma equipa muito jovem faz-nos combater a imaturidade, porque é um ponto a ter em conta. A anarquia é algo muito particular aqui, quanto mais jovens são menos experiência têm. Numa equipa que não está habituada à primeira liga, uma equipa que não está habituada a jogar no mais alto patamar. Mais de noventa por cento dos nossos jogadores está a fazer o primeiro ano na primeira liga, só dez por cento já esteve em contacto com adversários deste calibre.“

A língua francesa é que salva esta equipa?

Num país sem grande cultura como comunica com um plantel tão jovem? A língua é um problema?

“A língua acaba por não ser tão problemática, a maior parte deles entendem francês, há sempre alguém que entende e que depois traduz, embora volte a dizer, o índice cultural deles é baixo. O nosso trabalho tem tido grande receptividade aqui na Argélia porque temos feito um trabalho em crescendo, fomos ensinando tudo, fomos por etapas. Estudámos o campeonato, para estudar cada jogo. Definir as limitações da equipa. Do ponto de vista quantitativo e qualitativo: temos onze, doze jogadores que têm alguma assiduidade e que dão mais à equipa, mas temos mais cuidado a vários níveis, concretamente à preparação e a evolução das etapas de treino e entender que com doze ou treze jogadores teríamos que fazer uma época.“

Os jovens que já lançou e os que espera lançar, os que já foram convocados para a seleção argelina e o melhor marcador do campeonato

“Após um mês de trabalho já tive um jogador que saiu para a França, há vários jogadores com enorme talento: o Mellali, o Locif, o Hichem e o Nadji que é o melhor marcador do campeonato e pode até atingir um marco histórico a nível de golos. São todos jogadores desconhecidos a nível europeu devido à sua tenra idade. Houve o aumento exponencial do número de atletas do clube nos convocados à seleção sub-21 e olímpica da Argélia. Eles estão a despontar atenções devido às suas qualidades inatas e está subjacente em qualquer jogador a necessidade de aprender aquilo que nós ensinávamos. A vida do Paradou pode mudar devido a estes jogadores, a vida destes jogadores também pode mudar e isso é uma alegria para nós.”

O famoso Tiki-Taka argelino que é destacado pela imprensa e um clube sem adeptos

“Está claramente presente desde do início do campeonato o empenho dos nossos atletas, por volta da sétima ou oitava jornada, a imprensa já apelidava de Tiki Taka africano, a nossa maneira de jogar, começaram a dar-nos mérito, mesmo sem estarmos no topo da tabela, estávamos mais ou menos a meio, agora estamos em segundo, a um ponto do primeiro que tem um orçamento catorze ou quinze vezes superior ao nosso. Temos um clube sem adeptos, é histórico. Só nós sabemos o que lutámos para estarmos onde estamos hoje mas sempre focados no objetivo do desenvolvimento para maximar tudo o que está ao nosso alcance. A melhor coisa que podemos dizer é que maximizamos aquilo que seria quase impossível e que ninguém pensava“

A megalomania dos argelinos e a Champions League

Os objetivos do clube eram irrealistas? Era previsível?

“Eles falam sempre de coisas muito megalómanas, os argelinos são todos assim, mas nenhum deles esperava que conseguíssemos um feito tão grande em tão pouco. Ouvi dizer que seria ótimo chegar às competições internacionais e toda a gente duvidava, contudo está praticamente garantido a nossa ida à Champions League Africana, é um trabalho que acima de tudo, seja a classificação em primeiro, segundo ou até mesmo em terceiro ou quarto estamos muito orgulhosos do nosso clube porque sabemos muito bem o contexto em que estamos inseridos.”

As saudades de casa… e da comida portuguesa

“Claro que sim, num país assim onde a nossa vida é trabalho-casa e casa-trabalho acaba por haver sempre imensas saudades. Em Portugal quando falamos do espírito dos emigrantes, eu diria até mais, é uma missão. É uma missão pela carreira, da expectativa, de um desafio. Portugal está sempre na nossa ideia. Há coisas tão simples em Portugal que nos fazem falta, que aqui não fazemos.“

O típico pastel de nata e a meia de leite que na Argélia… não existe

“Por exemplo, em Portugal há a cultura de ir à esplanada, beber uma cerveja ou um café, uma tosta mista com uma meia de leite, aqui não há disso é impensável, são coisas simples do nosso dia a dia como português mas que aqui é quase impossível de obter. Quando falamos de pátria e quando estamos fora é que nos apercebemos daquilo que é o valor das raízes do nosso país.“

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