Escrito por: Duarte Pernes
É uma velha máxima que bem pode ser aplicada à actualidade azul e branca. É um facto que esta época tem sido marcada por várias desilusões; que não tem corrido conforme todos desejariam que corresse; que para o ano muito terá de ser mudado, independentemente do que ainda venha acontecer esta época; que, por tudo isto, se compreende a tristeza dos portistas. Porém, a toalha ainda não foi atirada ao chão. Há seis jogos em disputa e quatro pontos que precisam de ser recuperados. Mais uma vez, não é um cenário agradável, que possa dar azo a optimismos desmesurados, mas que deve ser suficiente para fazer adeptos e jogadores acreditarem. Há que crer, pelo menos, que iremos ganhar os encontros que nos faltam até ao clássico no Dragão e que, nos confrontos com Sporting e Marítimo, o nosso rival vai deslizar, no mínimo, uma vez.
Ora, vendo pelo prisma que expus no final do parágrafo acima, até parece tudo muitíssimo mais simples do que o que realmente se afigura. Também estou ciente de que esta é uma perspectiva optimista, que tem um alto grau de probabilidade de ser invertida. Sei de tudo isso mas, caramba, se não formos nós todos a sonhar não será, com certeza, a máquina de propaganda que mora a Sul a dar tréguas. Por isso, não é pedir muito que lutemos até ao último fôlego, que nos unamos e não percamos tempo com fait divers inúteis, como a absurda cena protagonizada pelos nossos atletas logo após o final do jogo com o Braga.
E por falar no sucedido após o encontro com os bracarenses, tão inacreditável é a reacção a quente dos jogadores, como daqueles que, directa ou indirectamente, permitiram que ela acontecesse. Eu não assobiei até porque isso é algo que nem sei fazer, mas também não fiquei propriamente escandalizado com quem o fez (até parece que é uma situação sobrenatural). As pessoas pagam o bilhete sabe-se lá com que sacrifícios, o clube que amam está a fazer uma má exibição (aliás, tem feito várias), logo têm o direito legitimo de expressar o seu descontentamento. Além de que não se passou nada mais do que meia dúzia de assobios. Qual seria a reacção dos atletas se tivessem de conviver com ânimos ainda mais exaltados, como acontece noutras paragens? Não se compreende, não se justifica e não é aceitável. Sobretudo Helton, que já foi desculpado pelos sócios por diversas vezes, é o último a poder ter aquele tipo de atitude.
Sobre o infeliz episódio está tudo dito. Pela minha parte o que passou, passou. Concentremo-nos, pois, no que falta até ao fim, que não é muito. Sábado há uma final para disputar. Trata-se da competição menos importante do calendário futebolístico em Portugal, é certo. Tal como não é menos verdade que uma vitória não servirá para amenizar seja o que for, mas é um troféu oficial e é o nome do melhor clube português que está em jogo. Na Taça da Liga, assim como no que resta do campeonato, não se pede à equipa espírito combativo e ambicioso, exige-se!
Saudações