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E se não formos campeões?

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Escrito por: Duarte Pernes 

Faltam ainda disputar muitas jornadas e o título continua a não ser, graças a Paulo Fonseca, uma miragem para o Porto. A estrutura azul e branca não pode, para já, pensar noutra coisa que não seja trabalhar para atingir a vitória na liga. Já os adeptos, ainda que mantendo a mesma crença dos seus dirigentes, poderão começar a fazer contas a um possível falhanço – nem que seja em surdina.

Falhando o triunfo no campeonato, a primeira questão que assaltará qualquer portista é simples e comum: o que fazer em relação ao treinador? As opiniões, e respectivos argumentos que as sustentam, dividem-se. Uns acreditam que, no FCP, o comboio só passa uma vez pela estação, que não há espaço para segundas oportunidades e, portanto, se Lopetegui não se sagrar campeão, deverá sair em Maio próximo; outros admitem a continuidade do treinador, desde que minimizados os estragos na liga (o que passará pela obtenção do segundo lugar) e atingidos os quartos-de-final da Champions (o que é realista, atendendo ao adversário dos oitavos); finalmente há aqueles que, em qualquer situação, defendem a continuidade do técnico espanhol, advogando as virtudes da estabilidade e dando mesmo o caso de Jorge Jesus, e a sua longevidade no comando do Benfica, como modelo paradigmático.

As duas correntes iniciais fazem sentido, embora reconheça que a primeira é radical. Recorde-se que a Lopetegui foi oferecido um contrato válido por três temporadas. De facto, e aqui vamos à segunda corrente, um projecto de três anos não pode ruir à primeira brecha, mas também é preciso que haja sinais claros de que vale a pena continuar com ele (a aposta em jovens valores e a formação de um bom plantel não chega). A última linha de pensamento carece, simplesmente, de argumentação substantiva. A estabilidade pode ser um meio muitíssimo útil para se alcançar um determinado fim, mas jamais será um fim em si mesmo. Jorge Jesus (o tal exemplo tantas vezes invocado) leva os anos que leva à frente das águias porque, logo na sua primeira época, triunfou. E triunfou depois de sucessivos fracassos dos seus antecessores e impondo uma qualidade de futebol que, por aquelas bandas, já não se via há mais de vinte anos. Por isso é que Vieira o aguentou e vem aguentando.

Com Julen Lopetegui há muitíssimas nuances que tornam a analogia com Jesus inválida. Luís Filipe Vieira (que está longe de ser uma eminência de gestão desportiva, pelo contrário) apostou em JJ, mas não apostou em Quique ou em Koeman. Serve isto para afirmar que a permanência de Lopetegui só será válida se válidos forem os motivos para o manter. E os motivos têm de fugir ao lugar-comum da estabilidade. É preciso que haja algo de palpável e sustentável no imediato para que um projecto de médio/longo prazo faça sentido. 

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