“É o caminho que tenho de cumprir: estar preparado para ser o próximo presidente do FC Porto”
3 min readDesde 2021, quando deixou o comando do Marselha, André Villas-Boas tem estado a preparar-se para o que considera ser o seu destino: tornar-se presidente do FC Porto. Num entrevista à Tribuna Expresso, ele não confirma se concorrerá nas eleições de 2024, mas admite ter “equipas preparadas”, “ideias” e “projetos”.
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Villas-Boas menciona o apoio que tem recebido nas ruas e expressa desagrado em relação a críticas feitas por Pinto da Costa, que considera serem “injustificáveis”.
Na segunda parte da conversa, que vai ser publicada amanhã, sexta-feira, o homem que levou o FC Porto à vitória na Liga Europa fala sobre as finanças do clube e o mistério que envolve a não renovação de Sérgio Conceição.
“No próximo ano vai votar nas eleições do FC Porto como mais um sócio ou como um sócio que tem o seu nome no boletim de voto?
O meu papel tem de ser preponderante nas eleições. Isso já o assumi publicamente. Porque sou sócio desde que nasci e devo isso ao FC Porto. É a nossa responsabilidade exercer o direito de voto e assim será. Se é para confirmar que votarei nessas eleições, evidentemente que sim, sejam elas em abril ou em junho, ou quando os sócios do FC Porto decidirem que será a data para o processo eleitoral. O meu caminho até aqui tem sido um caminho de preparação que me pode colocar perante ser candidato nas próximas eleições, ou não.
Então ainda não decidiu.
É uma decisão que exige ponderação, pensamento e esse, pelo menos, é o caminho que eu tenho que cumprir. Ou seja, estar preparado para ser o próximo presidente do FC Porto. Agora, é um cargo que exige máximas responsabilidades. Exige também uma equipa profissional e de créditos formados por trás. Toda a construção do que será a futura vida do Futebol Clube do Porto tem de acontecer com passos firmes, bem pensados, estruturados, com rigor. E acho que é isso mesmo que tem que ser levado bem em conta. São essas questões que ditam a apresentação de uma candidatura às próximas ou às seguintes eleições.
E nestes anos é esse trabalho que tem vindo a fazer, essa preparação para ser presidente do FC Porto?
Eu tenho o defeito de ser muito exigente comigo mesmo e cargos desta dimensão exigem preparação em aspetos em que cada um se acha menos dominante. O aspecto desportivo está dentro de mim porque fui treinador-adjunto das camadas jovens do FC Porto. Fui scout, fui analista, preparei adversários, fui treinador-adjunto e fui treinador principal. Portanto, o meu objetivo aqui é cumprir-me e especializar-me nas tarefas que eu não domino, tal como me especializei nas tarefas que não dominava antes para esses cargos todos que vos falei. Nesse sentido, tenho muita sede de procurar o que são as melhores práticas de mercado, onde é que estão os melhores cursos de gestão executiva e por causa disso tomei a liberdade de continuar a educar-me preparando-me para outras funções. Há muita transversalidade entre as coisas, entre as lideranças desportivas e as lideranças empresariais. Daí que, no aspecto da liderança em si, há coisas novas que eu descobri que me dão uma visão um bocadinho mais macro dos fenómenos. Felizmente, na Universidade de Columbia [em Nova Iorque] havia espaço para um perfil como o meu, que foi considerado até como um outsider face ao que se encontra em cursos de gestão executiva.