“É lamentável que o futebol seja o único penalizado com uma taxa de 23% na bilhética”
3 min readRealizou-se, esta quarta-feira, no Convento de São Francisco, em Coimbra, a XI Cimeira de Presidentes, e o primeiro ponto da ordem trabalhos foi o custo de contexto, com vários temas como o Programa Regressar e o IVA na bilhética.
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Armindo Monteiro, presidente da Confederação Empresarial de Portugal, falou aos jornalistas à saída, sobre os mesmos. A larga maioria dos representantes máximos dos clubes da Primeira e Segunda Liga a marcarem presença.
O Marítimo foi o único clube ausente, enquanto Pinto da Costa, presidente do FC Porto, não marcou presença, mas foi representado pelo advogado Hugo Silva Nunes, assim como o presidente do Arouca, Carlos Pinho, que se fez representar pelo filho, Joel Pinho.
O primeiro ponto da ordem de trabalhos era o custo de contexto e, para isso, foi convidado Armindo Monteiro, presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), que ouviu os representantes das sociedades desportivas sobre a medida do Governo de impor um teto máximo de 250 mil euros de salários auferidos anualmente, a partir de 2024, algo que pode dificultar a chegada de jogadores. «Era importante que esse teto seja aumentado. Se esse teto não for aumentado nem sequer estamos a ter em conta a inflação. Pelo menos uma atualização pelo valor da inflação seria o limiar mínimo. Na perspetiva seria importante termos a capacidade de não termos um Orçamento de Estado apenas virado para a parte orçamental, ou seja para as contas certas, mas é importante que seja um fator de potenciar o crescimento económico. O futebol pode ser um elemento chave nesta ajuda», começou por dizer, em declarações aos jornalistas presentes.
«Normalmente, um jogador português afirma-se em Portugal e depois faz um percurso de vitórias lá fora. É importante que haja um estímulo para que regresse. Fazer regressar o talento é fundamental. Quando tem a hipótese de regressar, o jogador faz contas. O que ganha é diferente do que recebe e a diferença são os impostos. Tem de haver uma motivação extra para que regressem. Todos ganhariam, eles e todos os que gostam de ver bons jogadores nos nossos relvados. Sem essa vantagem, vão continuar lá fora», acrescentou. Armindo Monteiro abordou ainda a taxa de 23% na bilhética:
«É lamentável que o futebol seja o único penalizado com uma taxa de 23 por cento na bilhética. Não há outro espetáculo em que isso aconteça e não, o futebol não pode ser discriminado, até porque há clubes com capacidade, mas outros não. A nossa indústria não é rica. Temos impostos de ricos num país pobre.» «O futebol é mais do que um mero entretenimento. É um importante desígnio da economia fiscal. Temos de desenvolver a economia, puxando tudo o que é português. Temos treinadores, jogadores e dirigentes desportivos de mérito reconhecido. Temos que ter a capacidade das nossas forças de promoção da economia estarem aqui. Nessa discussão do OE, é importante que a indústria do futebol esteja presente» concluiu.