Escrito por: Hugo Guedes
A melhor invenção futebolística dos últimos tempos foi trazida para Portugal (ou por ele criada por cá, não posso garantir) por Paulo Bento: gosto mesmo quando os treinadores, no banco, colocam a mão à frente da boca quando falam, para que as câmaras de televisão não possam denunciar ao mundo, através da leitura de lábios, o que eles dizem.
Muito teria apreciado que durante o recente Benfica – Porto Vítor Pereira, treinador dos dragões, tivesse usado o truque do selecionador.
Afinal, entrar pelas salas dentro um movimento de lábios que indicia mais que revolta, raiva profunda, a roçar até o ódio, não é no mínimo, bonito.
“Filhos de uma senhora que ganha a vida recorrendo à prostituição”, dito com os olhos a querer saltar, só porque um jogador do adversário fez falta sobre um dos seus é, diria, desproporcionado. Mais: ao queixar-se dos filhos da tal senhora, Pereira deixou claro que era mais de um, o alvo da ira. Todos os adversários (Benfiquistas), ou os árbitros, ou até benfiquistas e árbitros, todos se teriam unido, para com batota, parar a caminhada desejavelmente triunfal da sua equipa.
Devia Maxi ter sido expulso? Parece-me que sim. Mas é razão para tanto barulho, sobretudo por parte de um treinador que na época passada ganhou no mesmo estádio com um em escandaloso golo fora-de-jogo?
O senhor Vítor, não consegue esconder que o seu ódio ao Benfica, suplanta e de que maneira, o amor que nutre pelo clube que orienta. É caso para perguntar, caro Mister, o porquê do meu Benfica ter o efeito de despoletar em si verdadeiros ataques epiléticos envoltos numa estranha histeria… Estigma de inferioridade? Fica aqui, apenas, uma hipótese.
Sei de antemão que este site se tem notabilizado pela forma de excelência como domina o Futebol e apenas o Futebol, contudo, hoje abrirei um pequeno parêntesis para a abordar uma outra modalidade (?) … o ciclismo!
Lance Armostrong foi a maior figura da história do ciclismo até à madrugada de 5ª para 6ª feira. A confissão feita diante de Oprah Winfrey, com o impacto à escala planetária, retirou-lhe o título de mito do desporto e eliminou, por simultaneidade, todos os efeitos espantosos que acumulou durante uma década. Era tudo mentira, afinal. Ninguém gosta de ser enganado. Armstrong tinha fãs que o seguiam por mundo. Que subiam a pé as montanhas para estar ao seu lado. Tenho amigos, que iam mais tarde para a praia, ou interrompiam gloriosas tardes de PES, para não perderem as subidas de Lance ao Alpe d´Huez.
Há muito tempo que já se desconfiava que tudo isto não passava de um tremendo logro. Mesmo assim, ouvi-lo admitir a verdadeira história acabou por ser um choque. Um soco no estômago para todos os amantes do desporto e não apenas do ciclismo. Que tristeza!
O pior de tudo na entrevista de Armstrong a Oprah é que, mesmo não arrastando ninguém consigo neste lamentável filme carregado de EPO, transfusões sanguíneas e testosterona, o falso herói compromete a modalidade de forma irremediável: “No início da minha carreira tomava cortisona, mas depois apareceu a geração EPO. Não vou citar nomes. Eram 200 ciclistas, haveria certamente alguns… que não se dopavam”. Nem precisas de nos dizer quem eram esses, Lance, porque já percebemos onde eles vinham todos: a fechar o pelotão, coitados.
O semáforo da semana:
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Ótima resposta dada pelo meu Benfica, à perda de 2 pontos no seu reduto. Classe e muita qualidade evidenciada nas vitórias de Coimbra e Moreira de Cónegos. Lima? Um craque! |
Notável Vitória de Guimarães. Debate-se com dramática situação financeira, vai perdendo jogadores (joga com 8 ou 9 que iniciaram a época na equipa B…), eliminou da Taça de Portugal o Braga, é 6º na Liga a 1 ponto do tal lugar Europeu. Intenso aplauso. Rui Vitória tem mesmo de ser bom treinador! |
Oxalá hoje, o São Pedro dê tréguas no Setúbal-Porto… a bem da verdade desportiva!
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Saudações Vermelhas