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Escrito por: Duarte Pernes

A semana de interregno no campeonato deixa qualquer portista sem muito que pensar ou discutir em relação a quase tudo o que tem vindo a ser considerado. O mercado fechou e nenhuma das joias da coroa se perdeu, muito embora também não tenha chegado ao Dragão o tão desejado extremo. Por outro lado, Atsu cumpriu finalmente o seu sonho de jogar na Holanda, perdão, em Inglaterra e Fernando acabou mesmo por ficar, fazendo assim a sua quinta temporada de azul e branco. Ora, é justamente sobre o “Polvo” que esta minha crónica recai.

Tendo em conta o facto de ver o contrato do seu médio-defensivo terminar no final da presente época e deste poder começar, a partir de Janeiro, a negociar livremente o seu futuro com outros clubes, seria a priori natural que a direcção do FC Porto tomasse uma de duas opções: ou procurava vender Fernando pelo melhor preço possível ou tentava a renovação contratual. Aparentemente a segunda hipótese está excluída, pelo que a lógica mandaria que o atleta fosse transacionado mediante uma verba que, no entanto, estaria fatalmente uns furos abaixo do seu real valor (ao que parece, os 10 milhões de euros oferecidos pelo Mónaco foram os números mais altos que chegaram à SAD portista). 

Porém, a decisão dos responsáveis do FCP foi no sentido de salvaguardar a vertente desportiva, mantendo o jogador no clube e, com isso, impedindo aquela que seria já a terceira perda de vulto no plantel. Recorde-se que, nas últimas duas temporadas, o Porto apenas havia perdido dois jogadores com estatuto de titulares indiscutíveis e a saída de Fernando desmembraria, em relação ao ano passado, quase por completo o miolo do terreno. Além disto, independentemente da discussão sobre se o actual modelo tático o favorece mais ou menos, não existe no plantel actual um jogador que pudesse substituir o médio brasileiro.

Em qualquer circunstância, qualquer desfecho para este caso acarretaria vantagens e riscos. Confesso que não corre em mim a frieza suficiente para dar preferência aos números em detrimento da qualidade desportiva indubitável que o “Polvo” traz ao futebol do meu clube. A isto acresce também o facto do encaixe já realizado com James e Moutinho dar um conforto extra à saúde financeira do clube. Resta saber, claro, que tipo de rendimento terá doravante o número 25 dos tricampeões nacionais. Se o seu profissionalismo durante estes anos é inatacável, a incerteza relativamente àquilo que o futuro próximo lhe reserva poderá influenciar de forma negativa as suas prestações em campo.     

 

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