Escrito por: Rui Fiel
A minha visão do desporto (ufa, quase que escrevia mercado e tinha de me benzer 3 vezes…), como a de qualquer miúdo tuga que não esteja em uma modalidade desportiva, fez-se muito à custa do que era o futebol no meu clube! Inicialmente interessavam-me os equipamentos. A verde e branca listada horizontalmente sempre me pareceu mais bonita e apelativa que as outras. Ainda hoje sinto que uma mulher vestida de leão rampante ao peito (salvo seja) fica muito mais glamorosa. Depois eram os craques que faziam toda a diferença nos debates futeboleiros! De várias raças e credos, o que interessava era mesmo quem conhecia mais, fosse de que clube fosse. Acho que só hoje em dia, fruto também da minha profissão, consigo discutir finalmente futebol com pés e cabeça, ignorando (algumas vezes) a clubite que me assola.
No entanto, entre estas fases todas de evolução da bola, surgiu uma altura em que verifiquei que o desporto era muito mais que uma bola e onze marretas a correrem atrás dela. Esse meu upgrade só foi possível pois o Sporting Clube de Portugal me ofereceu essa oportunidade. É óbvio que se fosse de outro clube também poderia dizer o mesmo, pois as modalidades que admirava, e ainda admiro, eram repartidas pelos eternos “grandes” do desporto nacional. No entanto, e à que dizê-lo com frontalidade, a diferença era que o Sporting ganhava em quase todas as modalidades, mas os “outros” dois ganhavam dentro das quatro linhas relvadas!
Não foi fácil vangloriar-me das vitórias do Maia no voleibol nacional, ou mesmo de recordar Joaquim Agostinho e António Livramento, os monstros sagrados das suas modalidades, entre putos de 14/15 anos. O desporto rei era, é e será, no nosso país, o futebol.
Mas crescer nesta dicotomia entre o festejar o obsoleto/esquecido, e continuar a apoiar a modalidade futebol, pouco ou nada vitoriosa, fez de mim um profundo conhecedor do desporto nacional. É óbvio que não sou nenhum catedrático, nem pretendo ser, nesta matéria. Contudo, sair de um estádio de futebol e entrar num pavilhão, conhecendo regras e jogadores, de igual modo, faz-me sentir orgulhoso.
Tentando não me alongar muito, e sendo o menos confuso possível, vejo hoje conquistas como a do futsal leonino como normais. E vivo-as como se de uma vitória do futebol se tratasse, até porque esta conquista poderá trazer mais um título europeu ao meu clube, visto ser a única modalidade que ainda não conquistou um. O Sporting ensinou-me a gostar de desporto. A ver Olimpíadas, campeonatos nacionais, europeus e mundiais de Judo, Ténis de Mesa, Voleibol, Andebol, etc… (xadrez ainda não…)
Finalmente consigo afirmar, depois daquela verdadeira demonstração de desportivismo e sportinguismo verificado no pavilhão de Odivelas, que o SPORTING CLUBE DE PORTUGAL é o clube mais eclético do nosso país e isso é algo que me envaidece e pelo qual só tenho a agradecer, por mim e pelo desporto nacional!
Ah, os seniores fizeram a sua obrigação na Taça de Portugal.
SL
Facebook
Twitter
Pinterest
Instagram
YouTube
RSS