Escrito por: Bruno Pinho

Na minha última crónica referi que era muito importante não ceder mais pontos nesta fase do campeonato, e depois de o Benfica ter conseguido diminuir a diferença pontual em relação aos seus adversários directos na jornada anterior, quando o clube da Luz parecia ter começado a engrenar, eis que volta a perder novamente pontos num jogo em casa frente a um adversário modesto.

O resultado foi péssimo e a exibição não foi nem mais nem menos do que aquilo que o clube tem demonstrado desde o inicio desta nova época. Não perdemos pontos por termos sido prejudicados novamente por erros de arbitragem. Também não perdemos pontos porque o Belenenses retardou o tempo útil de jogo em reposições lentas e em sucessivas simulações de lesões. Perdemos pontos porque não tivemos ideias, jogamos mal grande parte do jogo, faltou dinâmica e sobretudo, atitude.

Olhando para a constituição do onze inicial, assumo que Jorge Jesus montou a equipa a pensar no jogo desta quarta-feira frente ao PSG, recuperando a dupla de avançados Lima/Cardozo e a dupla de laterais que começou a época, com Maxi e Cortez.  Para além destas três alterações no onze face ao jogo passado, o Benfica regressou também ao seu sistema de jogo com dois avançados. A equipa entrou bem no jogo, a fazer um pressing constante e eficiente, conseguindo algumas oportunidades de golo e com naturalidade abriu o marcador. Até ao golo inaugural, uma boa nota para o Benfica, depois do golo, tudo mudou…o Benfica diminuiu a pressão e tornou o seu jogo lento e aborrecido.

 

Aborrecido porque os extremos não rompiam pelos corredores, raramente conseguimos cruzamentos que constituíssem perigo para a equipa adversária, o jogo e a posse concentravam se em demasia no meio campo, a troca de bola era feita sem consequência e quando a equipa adversária partia para o contra-ataque, mais de metade dos jogadores do Benfica recuperava o seu posicionamento defensivo a passo, deixando um buraco no meio campo. Adicionando este cenário ao anti-jogo do Belenenses, o resultado final acabou por ser previsível. Fazendo uma retrospectiva não consigo destacar nenhum jogador benfiquista com um desempenho positivo, excepto Cardozo que no seu segundo jogo a titular, a contar para o campeonato nacional, voltou a marcar.

Também foi previsível a monumental assobiadela ecoada no Estádio da Luz, no final do jogo, face ao desempenho da equipa e do treinador. Mantendo a previsibilidade, Jorge Jesus preferiu dirigir o seu discurso ao árbitro da partida, demonstrando novamente que não tem perfil nem estatuto para treinar o maior clube português. A sua conduta dentro e fora do relvado e a escassez de títulos nos últimos três anos, ajudam cada vez mais a promover esta ideia entre os adeptos. Uma coisa é certa, algo deverá ser feito para que o Benfica possa mudar o rumo dos acontecimentos de uma época que não se adivinha nada fácil.

 

Nota: O Benfica espera hoje um jogo bastante complicado contra o PSG. Não será nada fácil pontuar em Paris, mas penso que esta partida vem na altura certa. A época ainda agora começou e a equipa já está sob imensa pressão, precisando de dar uma resposta urgente à altura da dimensão do clube e dos seus adeptos. Veremos se o ambiente de champions desperta o “gigante” que se encontra adormecido há demasiado tempo.

 

Os anti-túneis

E n’ “Os anti-túneis” desta semana:

Após o F.C. Porto ter recebido o Vitória de Guimarães esta jornada, o site zerozero brindou os seus leitores com um título muito curioso na sua crónica do jogo: “Regresso à normalidade na Invicta”. É um título muito bem conseguido, uma vez que os portistas conseguiram ganhar o jogo através de uma grande penalidade…duvidosa…“convertida” pelo senhor Proença. Afinal o que se passou na Amoreira foi só um susto, podemos ficar descansados pois o futebol português voltou ao “normal”.   

 

Saudaç­ões Desportivas!  

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