Escrito por: Bruno Pinho
Bruno Cortez foi uma das novas caras a figurar no emblema benfiquista na época 2013/2014. O lateral-esquerdo foi cedido pelo São Paulo a título de empréstimo com a duração de uma época. Com um terço da época decorrida, já ficou demonstrado que Cortez não tem qualidade para representar o Benfica e tem sido noticiado o possível regresso do esquerdino ao seu país, uma vez que o lateral não faz parte dos planos de Jorge Jesus para a restante temporada. O jogador que até começou a época a titular, foi deixando aos poucos de ser opção para o técnico das águias, fruto de várias lesões e devido às suas exibições pouco convincentes.
Na minha opinião, creio que no inicio da época, este jogador era uma grande aposta de Jorge Jesus, aquele elemento da equipa com talento “dúbio” em que o treinador aposta todos os anos (César Peixoto, Emerson, Roberto ou Bruno César foram outros jogadores-fetiche em épocas anteriores). Só que desta vez a pressão foi tão grande, que Jesus não teve outra alternativa senão relegar Cortez para a 3ª ou 4ª opção na esquerda da defesa. Sendo este um jogador “fora do baralho”, um jogador que ainda por cima recuperou recentemente de uma lesão, custa me compreender a razão que motivou Jorge Jesus a lançá-lo a titular no jogo frente ao Arouca. Bruno Cortez esteve em mau plano durante a partida, prejudicando a equipa da casa com erros de um típico jogador sem escola de formação, mas em última análise, quem projectou o Brasileiro para o onze inicial neste jogo, esteve bem pior.
O jogo contra o Arouca não era somente para vencer, era um jogo para golear, para a equipa marcar posição e convencer os seus adeptos. Na teoria, era um ensaio tranquilo, “mas”… na prática qual foi o resultado? O Benfica, no geral, jogou de forma desgovernada e não conseguiu melhor do que um empate em casa frente a um dos últimos classificados da principal liga portuguesa de futebol, com um penalty duvidoso à mistura, há que reconhecer, tendo a agravante de que, com este resultado, a equipa desceu novamente para a terceira posição da tabela classificativa. Mais uma vez, o Benfica ficou longe de convencer os seus adeptos em pleno Estádio da Luz, contra uma equipa fraquíssima, tendo desperdiçado mais dois pontos em vésperas de um embate europeu, tal como tinha acontecido frente ao Belenenses.
O embate europeu realizou-se esta terça-feira e foi o último jogo da fase de grupos, ditando o afastamento do Benfica da Liga dos Campeões. Apesar de terem conseguido somar dez pontos, as águias não conseguiram melhor do que o terceiro lugar, devido a uma desvantagem no confronto directo com o Olympiacos. A vitória frente ao PSG pareceu me inteiramente justa, e frente a uma grande equipa (com Menez, Cavani, Lucas e Lavezzi, entre outros), o Benfica conseguiu ter o domínio de jogo, sabendo inclusivamente reagir a um golo de desvantagem marcado contra a corrente de jogo, ainda na primeira parte. Vitória com um sabor amargo. O Benfica voltou a seguir mais uma vez a tendência de duas das três ultimas prestações na prova – cair na fase de grupos. Nem o facto da final da prova da Liga dos Campeões se realizar em pleno Estádio da Luz, esta temporada, foi motivação suficiente para a equipa encarnada.
O afastamento da liga milionária, coloca a equipa portuguesa no sorteio dos 16 avos de final da Liga Europa, com o estatuto de cabeça de série, evitando desde já confrontos com equipas como o Arsenal, Borussia de Dortmund, Nápoles, Valência ou Tottenham. Um mal menor! Vamos ver se o Benfica consegue chegar novamente a final da prova e provar de uma vez por todas que pode ter aspirações a ser uma vez mais um dos grandes clubes europeus.
Os anti-túneis
E n’ “Os anti-túneis” desta semana:
Jorge Jesus e o seu amor ao Paris Saint-Germain. Desde que Jorge Jesus soube que esta época iria defrontar o PSG na fase de grupos da liga milionária, não tem parado de elogiar (excessivamente, quanto a mim) a equipa Francesa. Todos nós conhecemos as famosas “tiradas” do “mestre da táctica”, no entanto, declarações como: «iremos disputar o 2º lugar do grupo com o Olympiacos e o Anderlecht», «a construção de jogo do PSG faz lembrar o Barcelona» ou «não vamos ganhar 4-0 ao PSG» demonstram que este homem não tem estofo para treinar um clube a sério. Declarações como estas rebaixam o maior clube que o futebol português já conheceu e demonstram que Jesus é um treinador com medo. Em vez de demonstrar a sua admiração por outras equipas, o técnico deveria concentrar-se mais no seu próprio plantel e na sua questionável análise “técnico-táctica”.
Saudações Desportivas!