Rui Pereira, juiz desembargador que preside ao Tribunal Central Administrativo Sul (TCAS), que decidiu dar efeito suspensivo à providência cautelar apresentada pelo Sporting no caso Palhinha, situação que permitiu que o jogador fosse utilizado no dérbi com o Benfica, afirmou ao CM “Cumpri o que está previsto na lei, como sempre fiz e irei fazer no futuro”.

Questionado sobre a celeridade da decisão que tomou, Rui Pereira afirmou: “Recebi o processo às 10h de segunda-feira quando cheguei ao tribunal. Nesse processo já constava um despacho do presidente do TAD [onde o Sporting apresentou recurso do jogo de suspensão aplicado a Palhinha pelo Conselho de Disciplina da FPF] a justificar que não era possível constituir o colégio arbitral até à hora do jogo. Por isso, não podia deixar de decidir. Não o iria fazer depois das 21h30 [hora do Sporting-Benfica]. Foi sempre esta a minha postura. Ou seja, decidirei em termos que a minha decisão tenha eficácia, antes de o dano estar produzido.”

No caso Palhinha, Rui Pereira demorou pouco mais de seis horas a determinar o efeito suspensivo da providência cautelar apresentada pelos leões no TAD, que irá começar por determinar se tem ou não competência para analisar o recurso. Se considerar que não, que devia ser o Conselho de Justiça da FPF, estará criado um imbróglio jurídico, cujo desfecho será “imprevisível” segundo especialistas em Direito Desportivo ouvidos pela mesma fonte.

Rui Pereira lidera o TCAS desde junho de 2016. “Já decidi vários processos em substituição do TAD. Casos de Bruno de Carvalho [na altura presidente do Sporting] e Beto Severo [na altura dirigente leonino]. Em ambos decidi pelo efeito suspensivo. Mas também já intervim em casos relacionados com Olhanense e Casa Pia, entre outros. Suspendi a decisão da descida do Casa Pia [da II Liga ao Campeonato de Portugal]. Eu só intervenho nos processos que o TAD me manda.” Quanto à filiação clubística, Rui Pereira diz que é adepto, “mas não sócio”, do Sporting. “As pessoas espantam-se que um juiz possa ser simpatizante de um clube, mas não se espantam que um primeiro-ministro [António Costa] se sente na bancada VIP de um clube [Benfica]. Ou que a presidente do Conselho de Disciplina da FPF [Cláudia Santos] seja uma benfiquista assumida. Isto não espanta ninguém? Raramente vou ao futebol. Quando vou sento-me na bancada ao lado do povo e pago o meu bilhete.”

One thought on ““Cumpri o que está previsto na lei, como sempre fiz e irei fazer no futuro””
  1. O senhor Rui Pereira é um anjinho caído do céu por não ter unhas. Até se lhe pode lavar os pezinhos com água benta e colocá-lo num altar ao lado de Nossa Senhora, tal a santidade do personagem. Amén!

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.