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O Futebol à distância de um clique

Cartão amarelo para Paulo Fonseca

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Escrito por: Cláudio Moreira

 

Está comprovado. Ao nono jogo oficial, aquilo que uma boa parte dos adeptos temia está a confirmar-se: o fantasma de Vítor Pereira anda por aí e ainda não desassossegou o Estádio do Dragão.

Embora por motivações díspares, a verdade é que tanto nos últimos dois anos como neste princípio de temporada a qualidade do futebol praticado não tem sido muito atractiva, não obstante os resultados serem parcialmente satisfatórios. Se Paulo Fonseca ainda não comprometeu nada – à excepção de uma parte da paciência da massa adepta –, está em primeiro lugar no campeonato com uma distância saudável para o principal rival e tem tudo para passar aos oitavos de final da Liga dos Campeões, Vítor Pereira atingiu os mínimos exigidos ao ser bicampeão.

Por muito que seja cedo para tecer juízos condenatórios, a verdade é que começam a soar os alarmes para Paulo Fonseca. Os anos anteriores não foram muito abonatórios e a exigência dos portistas teve forçosamente de subir de tom; para isso também contribuíram os bons indícios que a equipa deu na pré-temporada. Ao cabo de nove partidas, os adeptos portistas usam e abusam do assobio e já estão com saudades de Vítor Pereira, uma situação impensável há cerca de um par de meses.

Como disse, os motivos do mau futebol praticado por ambos materializam-se de forma distinta, apesar de haver situações críticas que não mudaram e que por sua vez ajudam a explicar o insucesso ao nível exibicional.

Começando pelas diferenças, as equipas de Vítor Pereira eram incapazes de ter um rasgo de criatividade ao longo dos 90 minutos. Toda a acção ofensiva era por demais ponderada, havia a famigerada “paixão pela posse”, o critério de passe era levado ao extremo e atacar pelas alas não passava de um exercício utópico; no entanto, a equipa era dominadora, a pressão era intensa, a defesa era um autêntica muralha os adversários não conseguiam ter bola e as oportunidades na baliza de Helton eram escassas ou mesmo nulas. No fundo, era um jogo chato mas eficaz, construído à base do resultadismo.

No caso de Paulo Fonseca, desde há uns cinco jogos, a equipa exibe-se com padrões de qualidade bem aceitáveis durante um período exageradamente parco. Não se pode exigir que os jogadores mantenham um ritmo alucinante do primeiro ao último minuto, porém, também não se pode perdoar o desleixo competitivo durante as segundas partes, como se tem assistido. É injusto impor à equipa que esteja invariavelmente na área adversária à procura do golo de forma incessante, da mesma forma que não se pode tolerar que o conjunto se afrouxe após o reatamento da partida, parecendo de certa forma que desaprendeu a jogar, atacando atabalhoadamente e descurando por completo a segurança defensiva, tantas são as oportunidades de golo dos adversários… Assim por alto, apenas Alex Sandro e Lucho (o mais velho dos jogadores de campo) parecem ter um bom rendimento ao longo de todo o jogo.

No capítulo das semelhanças, continua a gritante carência em termos de extremos que ganhem na linha ou que apostem no dribe. Desde há três anos que têm de ser os laterais a introduzir profundidade nos flancos. E quando se tem um Varela que apenas aposta no jogo interior, um Licá trapalhão, um Kelvin que não conta e um Josué e Quintero que são adaptações, o caso merecia ser olhado de outra forma pela equipa técnica e SAD. Este aspecto limita muito a manobra ofensiva, faz com que o desgaste dos laterais seja maior do que o necessário, para além de potenciar descompensações lá atrás, e faz com que a previsibilidade se apodere de uma equipa que muitas vezes necessita de abre-latas nos corredores para romper criativamente as defesas super protegidas do nosso campeonato.

Paulo Fonseca, a equipa em vez de apresentar melhorias está a regredir a olhos vistos. A minha confiança não esmoreceu, mas, caramba, preciso de provas de que isto é só uma fase má. Toca a motivar essa malta, mister, antes que leves novo cartão amarelo.

 

Nota 1: No final da temporada passada, Jorge Jesus falava em chegar à final da Liga dos Campeões; na semana passada, Vieira reforçou esse desejo, escudando-se no facto de ter “o melhor plantel dos últimos 30 anos”. Olhando atentamente para os resultados e exibições do Benfica neste e nos últimos anos, pergunto: para além de Vieira e Jesus, alguma dupla humilhou tanto o clube com as suas declarações? Como portista, não é que isto me incomode muito, mas deixa-me atónito esta apatia dos benfiquistas que acabam invariavelmente com nada depois de prometidos mundos e fundos…

Nota 2: Passadas duas semanas, os clubes de Lisboa ainda toleram ter como presidente da sua associação um racista (que apagou os vergonhosos comentários que teceu e que não teve os ‘cojones’ de se retractar publicamente) que não tem respeito pelos clubes rivais nem pelos que agora representa?

Nota 3: Bruno de Carvalho foi confrontado com as palavras de Rui Costa e ironicamente disse que não conhecia. Alguém devia avisar o presidente leonino que Luís Filipe Vieira está há mais de 10 anos a tentar imitar Pinto da Costa sem sucesso. À mulher de César não basta ser, tem de parecer…


 

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