
Chegou aos 28 anos ao topo da carreira, mas muito a tempo de deixar a sua marca no futebol português.
A meio da segunda época ao serviço do Paços de Ferreira, Bruno Moreira está finalmente a materializar todo o seu talento. É, aliás, na turma dos Castores que o avançado tem tido as suas épocas mais felizes no que à concretização diz respeito.
Natural de Famalicão, foi no clube local que começou a mostrar que era um futebolista promissor. Tão promissor que foi recrutado para a equipa juvenil do FC Porto, mantendo-se nos azuis-e-brancos durante 3 épocas. Findo este período, rumou a Braga para completar a formação, tendo actuado inclusivamente em onze partidas da equipa secundária bracarense e marcado por duas ocasiões.
Seguiu-se a carreira sénior e surgiram as habituais dificuldades para singrar na profissão. Foi o modesto Grupo Desportivo de Joane quem acolheu Bruno Moreira no primeiro ano de sénior. Após um ano nesta equipa amadora, seguiu-se uma passagem de quatro anos e meio ao serviço do Varzim, almejando a marca de 15 golos, mesmo com uma grave lesão pelo meio. Foi no Moreirense, contudo, que começou a fazer jus à veia goleadora: na época 2011/2012 obteve 14 golos em 35 partidas.
Perante este bom desempenho na Segunda Liga, despertou a atenção de emblemas que militavam na divisão maior em Portugal. Acabaria por ser o Nacional a arrematar o seu concurso, porém, o seu percurso nos insulares não correu como o previsto. Face à escassa utilização, viaja até à Bulgária para a sua primeira experiência fora de Portugal – não conseguiu, todavia, mostrar a qualidade que espelha hoje em dia nos relvados portugueses. Após meio ano no CSKA de Sófia, completa a época 2012/2013 no Chaves sem marcar qualquer golo.
Aos 26 anos, aquilo que parecia uma carreira em decadência sofreu uma volta de 180º que talvez nem o próprio antecipasse. Bruno Moreira fora contratado pelo Paços de Ferreira e encontrou Paulo Fonseca, treinador conhecido por revitalizar alguns jogadores, como foram os casos de André Martins e de Josué, ambos internacionais portugueses. Na primeira temporada, produziu 14 golos em todas as competições, relançando uma carreira que parecia já ter conhecido os melhores dias.
Apesar da boa prestação, Bruno Moreira mostrou que comodismo não é palavra que conste no seu glossário. O avançado não se deixou deslumbrar e, agora sob a orientação de Jorge Simão, está a realizar a melhor época da carreira. Com pouco mais de meia época jogada, o possante ponta-de-lança de 185 cm leva já 18 golos em todas as competições.
Dos 18 tentos, 4 deles foram apontados na Taça de Portugal e em apenas um jogo, frente à Naval. Os restantes 14 golos foram marcados na Liga NOS, tornando-o no terceiro melhor marcador da competição (apenas atrás de Jonas e Slimani) e o melhor português.
Para se ter uma noção do rendimento de Bruno Moreira, basta dizer que facturou por 11 vezes nas últimas 14 partidas dos pacences e que marca um golo a cada 105 minutos. O mesmo é dizer que o avançado luso é um dos pilares da boa campanha que o Paços tem vindo a fazer, estando neste momento a apenas dois pontos do quinto lugar, que dá direito a disputar a 3.ª pré-eliminatória da Liga Europa.
Face a este estupendo desempenho e estando nas melhores condições físicas a anímicas, surge a questão: estará Bruno Moreira na lista de Fernando Santos para a selecção, mais concretamente cogitado para o Euro 2016? Ora, em virtude da escassez de pontas-de-lança portugueses, com toda a certeza o avançado pacense estará a ser devidamente vigiado. Se levarmos em linha de conta o seu porte físico e as suas qualidades no jogo aéreo, é impensável que o avançado não esteja a ser tido em consideração nas escolhas do seleccionador nacional.
Para além desta questão, paira ainda a dúvida sobre o futuro de Bruno Moreira. Acaba o contrato que o liga ao Paços no final da temporada e já se falou do interesse do Sporting nos seus serviços, bem como de clubes de nomeada por essa Europa fora. Seja qual for a decisão de Bruno Moreira, há uma certeza: podemos esperar dedicação, perseverança e faro de golo num avançado que derrubou as dificuldades do passado para construir os alicerces de um futuro que tem tudo para ser risonho.
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