Escrito por: João Pereira
Depois do derby, o campeonato teve uma paragem para compromissos internacionais das selecções. Uma semana calma, pensaríamos nós, mas este período veio levantar problemas em termos de lesões. Salvio foi operado e terá um período de longa paragem, juntando-se assim ao já lesionado Sílvio, que discutia a titularidade com o esgotado Maxi, no grupo das lesões complicadas. A ausência de El Toto será, sem dúvida, bastante notada. O argentino é uma das figuras principais da equipa do Benfica, rápido, forte, agitador e impulsionador de inúmeros ataques. Quando já se pensava nos potenciais substitutos, Sulejmani, precisamente uma das alternativas a Salvio, sofre uma entrada brutal ao serviço da selecção, que deixou marcas no seu joelho e o deixa em dúvida para o próximo jogo. Mesmo com estas lesões, o Benfica continua a ter soluções: Markovic, Ola John, ou, até, Urreta e Enzo Pérez, para colmatar a ausência de Salvio e de Sulejmani.
Todos sabemos que, este ano, soluções é coisa que não falta na equipa do Benfica, ao contrário do verificado na época passada. Com este cenário, a responsabilidade só aumenta. A qualidade abunda, excepto um ou outro jogador menos capaz, e, apesar deste arranque complicado de campeonato, só temos de esperar vitórias. Com jogadores da qualidade de Lisandro López, Nélson Oliveira e Pizzi a serem emprestados, é de concluir que os que lá estão serão melhores e obterão conquistas. É o que desejo e o que, com certeza, todos os benfiquistas desejam. Não há por onde fugir, Jorge Jesus, este ano, dispõe de um manancial de opções como nunca teve, na minha opinião, em anos anteriores. Não duvido que, se a equipa começar a ganhar confiança e encontrar o seu ritmo, será uma máquina trituradora. No entanto, a falta de confiança devido à falta de vitórias, as lesões, a falta de ritmo de alguns elementos e o nervosismo inerente a um candidato ao título que já perdeu 5 pontos em 3 jornadas, podem ser condicionantes e até factores bloqueadores à equipa, à obtenção de vitórias e à capacidade de apresentar bom futebol.
A paragem só poderá ter sido benéfica. Acredito que, na próxima jornada, contra um adversário que está nas competições europeias, o Benfica possa começar uma nova etapa no campeonato. Com apenas três jornadas, a margem de erro já parece ser curta, se tivermos em conta o número de pontos perdidos e derrotas que o nosso adversário directo na luta pelo título obteve nas duas épocas anteriores. A qualidade, o potencial e o talento estão lá, basta a equipa entrar no ritmo certo e o maestro Jorge Jesus dar as indicações certas.
Nota: A vitória portuguesa em Belfast foi importantíssima para segurar, pelo menos, o acesso ao play-off de apuramento para o Mundial. Apesar da vitória, o jogo não foi bem conseguido. Valeu-nos Ronaldo e a falta de cabeça dos jogadores irlandeses que foram expulsos. Contra o Brasil, ficou a sensação que de cada vez que a canarinha acelerava, Portugal não tinha argumentos para segurar a equipa brasileira, apesar do ataque luso não ter funcionado muito mal. Pois bem, a mim ficou-me a sensação de que há argumentos para segurar o Brasil ou qualquer outra selecção, basta os jogadores estarem focados nisso e não serem benevolentes no processo defensivo.
A subir: Cristiano Ronaldo. O craque português marcou um hat-trick, carimbando a vitória de Portugal no apuramento para o Campeonato do Mundo
A descer: Equipa Júnior. A equipa de juniores A do Benfica averbou a segunda derrota no passado fim-de-semana, frente ao Belenenses.
Saudações Benfiquistas.