Ele fez capas de jornais. Era cobiçado pelos maiores clubes do Mundo após as exibições no Sul-americano de sub-20, contudo, o seu destino já estava traçado: era o Futebol Clube do Porto. Chegou rotulado de novo Messi, mas, passados alguns meses, o epíteto mais adequado é o de novo D. Sebastião: desapareceu, ninguém sabe dele e o mito da sua aparição ainda subsiste. Na Choupana costuma haver nevoeiro, portanto, uma condição está reunida para vermos em acção este badalado prodígio argentino.
As lesões de Varela e Djalma e a suspensão de Hulk são os outros dois factores que contribuíram para a chamada de Iturbe aos convocados, que, por sua vez, adensaram ainda mais a expectativa da massa adepta portista em ver de novo este jovem jogador.
Aquilo que vimos de Iturbe foi pouco, tão pouco que nem se deu para perceber se de facto aquele pé esquerdo é um Messi wannabe ou se estamos perante uma fotocópia de Freddy Adu – um atleta que fez uns joguitos vistosos pela selecção jovem do seu país, que foi comparado a um astro mundial (no caso, Pelé) e que agora deambula insignificantemente pelas ruas da amargura. Eu tendo a inclinar-me para a primeira hipótese, mas prefiro manter a serenidade e esperar que jogue a sério.
Ora, um jogador só mostra aquilo que sabe quando tem oportunidade de jogar, algo que tem rareado neste ex-Cerro Porteño. Num plantel com Hulk, James, Varela, Djalma e Cristián Rodriguez, que habitualmente pisam os mesmos terrenos do argentino, e, sobretudo, porque Vítor Pereira é quem está no banco, não é de estranhar que Iturbe passe mais tempo na bancada do que nos relvados. Ainda assim, também não se pode aceitar de ânimo leve esta escassa utilização.
James Rodriguez também passou por este teórico processo de adaptação, foi integrado ‘às pinguinhas’, foi ganhando confiança e estatuto e é neste momento um dos jogadores mais influentes do plantel. O processo de Iturbe foi o contrário: poucas vezes convocado, número de minutos quase nulo e parca influência nos destinos da equipa. Esperemos que Vítor Pereira não tenha atrasado em um ano a explosão deste jogador.
Nota 1: A impunidade para os lados da Luz continua. Há alguma lei que proíba jogadores do Benfica de serem expulsos quando agridem? Ou a única maneira é dar com um pau nas costas dos adversários?
Nota 2: Na pré-época, afirmei que o Sporting (de Domingos) ia à final da Liga Europa. E disse-o convictamente. Depois, volvidos alguns meses, tendo em conta a performance no campeonato, ri de mim próprio. Neste momento, resta dar os parabéns ao Sporting e esperar para ver se a minha profecia é ou não concretizada. Mais do que uma vitória para Portugal, eu vi uma vitória contra os petrodólares.
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