A todo o vapor
Escrito por: João Pereira
A todo o vapor! Ora aí está uma excelente expressão para caracterizar aquilo que deve ser a atitude do Benfica até ao final das três competições onde está inserido. A todo o vapor e, de preferência, sem atrasos, greves e paragens forçadas.
Quanto ao campeonato, na época passada foi desperdiçada uma vantagem maior do que aquela que se regista actualmente. Este ano não pode ser assim. O Benfica tem o pássaro na mão e não o pode deixar fugir. São sete jogos, sete finais de elevado grau de dificuldade, onde a equipa não pode vacilar.
Na Liga Europa o sorteio podia ter sido melhor, mas também podia ter sido bem pior. Se o Basileia seria, teoricamente, o adversário mais acessível, este Newcastle, a par dos turcos do Fenerbahce, figurava logo a seguir na lista dos mais apetecíveis, sendo que as restantes quatro equipas eram mesmo a evitar. No entanto, nesta fase da competição já não há equipas “fáceis” e as surpresas podem acontecer em qualquer uma das quatro eliminatórias. Se o Benfica não levar uma boa vantagem da Luz, terá uma segunda mão dificílima e desgastante, num St. James Park (agora Sports Direct Arena devido a uma operação de “naming”) cheio de adeptos fervorosos que não param de apoiar a equipa durante todo o jogo. É mais que certo que o Benfica tem uma melhor equipa, mas este Newcastle com toque francês não será pera doce.
Já na Taça de Portugal, tudo parece bem encaminhado. Contudo, ainda falta um jogo para chegar à ambicionada final. Exige-se concentração no máximo pois um golo do Paços na Luz pode mudar tudo.
Em suma, em qualquer das três competições, é necessário ganhar. Mais do que jogar bem, mais do que apresentar nota artística elevada, o importante é ganhar, ganhar com segurança, com consistência, sem aflições, nem que seja a jogar feio. Os campeões também se fazem assim.
Uns jogos podem ser como um TGV, outros como um comboio regional, mas o importante mesmo é chegar ao destino rapidamente, são e salvos, pois, aí, não faltarão motivos para festejar.
Nota 1 – Os adeptos do Benfica têm sido inexcedíveis e a onda vermelha está presente em qualquer lado, seja em Aveiro, em Bordéus ou na Luz. Os adeptos dizem “presente!” e estão de corpo e alma com a equipa, apesar de alguns assobios do exigente “3º anel” aquando dos jogos com Académica e Leverkusen. Como diz a música “Benfica até debaixo de água”.
Nota 2 – O excesso de confiança por vezes pode correr mal a uma equipa e proporcionar jogo de futebol repleto de emoção e adrenalina. Que o diga André Villas-Boas na visita do seu Tottenham ao Giuseppe Meazza.
A subir: Óscar Cardozo. Em Bórdeus, o Tacuara entrou e fez dois golos de classe. Sem dúvida que é um jogador que divide opiniões, mas quando está nos seus dias encanta qualquer um.
A descer: Petardos. As claques amam e apoiam sem parar o nosso clube. Cantam, dedicam-se, dão colorido às bancadas e força à nossa equipa e isso deve ser reconhecido. No entanto, também devem ser criticadas quando fazem algo de errado. De nada valem os avisos para pararem com o seu espectáculo privado de pirotecnia que só prejudica o clube. Já chega. Apoiar sim, mas sem petardos.
Saudações Benfiquistas.