A sorte que só vale para alguns
3 min read
Escrito por: Duarte Pernes
A vitória do FC Porto em Braga motivou um enorme ataque de azia junto dos arquirrivais dos bi-campeões. Não se tratou apenas da conquista de três preciosos pontos, num estádio que representa extremas dificuldades para quem por lá passa. Foram três pontos arrancados a ferros, com os golos a surgirem nos últimos minutos. Ora, se isto ainda torna mais saboroso o triunfo na perspectiva dos portistas, adensa os problemas de fígado dos benfiquistas.
Não vou negar que foi precisa sorte para ganhar em Braga. É certo que, logo no início do encontro, Otamendi envia uma bola ao poste e também é verdade que os primeiros vinte minutos de jogo foram de domínio claro do FC Porto. De igual modo, não é menos pacífico que o Braga pouco fez em termos ofensivos para merecer outro resultado. Só que a maior parte do jogo foi equilibrado, muito por mérito da defesa e do meio-campo bracarenses que, de forma hábil, impediram o processo ofensivo dos dragões de render como normalmente. O empate até teria sido justo, embora também ache sempre discutível que a equipa que mais quer ganhar – no caso, o FCP – não seja premiada com a vitória.
Posto isto, o pontapé do James, com desvio precioso do Douglão, não caiu do céu, mas deu muito jeito. Deu jeito para coroar com a vitória uma exibição esforçada, para manter a liderança e demonstrar o clima de união entre jogadores e adeptos (ao contrário de outras bandas, onde os petardos e insultos parecem imperar). E também foi, sem dúvida, um bom tónico para o segundo golo do Porto, da autoria de Jackson Martínez, o tal que já estava a motivar uma enorme preocupação junto de certas almas por não marcar há alguns jogos.
Voltando à questão da sorte, e para rematar, é curioso relembrarmo-nos da forma como o Benfica ganhou em Paços de Ferreira. Dois golos “oferecidos” em dois momentos de enorme infelicidade do conjunto pacense, praticamente resumiram a vitória encarnada na capital do móvel. Aqui já não houve sorte, houve só um “doce sabor a Lima”.