A importância de não sofrer golos e o primeiro terço do campeonato
5 min readEscrito por: João Pereira
Nesta semana não queria deixar passar em claro um pormenor que, para mim, se afigura como um ”pormaior”. É o seguinte, o Benfica já não sofre golos para a Liga Portuguesa há 446 minutos. Sem dúvida que a consistência e segurança defensiva são um factor importantíssimo numa equipa. Lembrem-se, ano passado o Benfica sofreu um total de 27 golos em toda a Liga, contra os 19 do campeão, F.C. Porto. Mais, desses 27 golos sofridos, 15 foram em casa e 12 foram fora, enquanto dos 19 do Porto, apenas 7 foram em casa e os restantes 12 fora. Mais apreensivo se pode ficar quando se verifica que em 2011/2012 o Benfica, na Liga Portuguesa, sofreu golos em 22 jogos, enquanto o Porto sofreu golos em, apenas, 12 jogos.
Fico contente por esta época parecer que estamos a melhorar nesse aspecto, senão vejamos, no ano transacto e nesta mesma fase, o Benfica tinha 10 golos sofridos, 5 em casa e 5 fora, este ano tem 6 sofridos, 1 em casa e 5 fora, sendo que, em 10 jornadas, leva 6 sem sofrer golos e na época passada, nas mesmas 10 jornadas, levava apenas 2 jogos sem sofrer golos. Uma equipa como o Benfica não pode sofrer os golos que sofreu na temporada anterior, muito menos sofrer mais golos em casa do que fora.
Espero que este acerto defensivo seja para manter, pois é essencial para uma equipa com ambições, como é o Benfica.
Virando, agora, a agulha para a análise das prestações de alguns jogadores do Benfica, e já que estamos a falar de aspectos defensivos, deixem-me destacar um nome, Ezequiel Garay. Foi, sem dúvida, umas das melhores contratações que o Benfica fez nestes últimos tempos. É forte no jogo aéreo, faz cortes de elevado grau de dificuldade, tem um sentido posicional fantástico e emana classe. É bastante sóbrio, quase não se dá por ele, mas a verdade é que está (sempre) lá. O golo que marcou frente ao Celtic foi um prémio merecidíssimo pela época que tem vindo a efectuar. Espero que fique por muitos anos, como Luisão ficou, pois tem o perfil indicado para ser um símbolo e uma referência na defesa e no clube.
Quero aqui, também, destacar Jardel e André Almeida. Jardel pareceu, no início, sentir alguma falta de entrosamento com Garay, mas o facto é que, com o passar do tempo, mostrou que é capaz de fazer bem o seu trabalho, eficaz e que colmatou bem a ausência de Luisão. André Almeida tem-me surpreendido, achava-o um médio-defensivo com alguma margem de progressão mas banal. No entanto, a verdade é que se tem mostrado bastante credível e efectivo tanto a médio-defensivo como a defesa-direito, uma bela surpresa, sem dúvida.
Agora, correndo o risco de ferir susceptibilidades, vou exprimir uma opinião muito pessoal, que é a de que Salvio tem-me desiludido. Sim, é verdade, toda a gente sabe do seu valor, eu próprio sei que ele tem muito valor, mas não está a mostrar tudo o que pode. Tem sido demasiado trapalhão, “brinca na areia” e várias vezes egoísta. Leva muito jogo para a frente mas tem sido muitas vezes inconsequente, perdendo bolas frequentemente. No entanto, acho que tudo isto é uma fase e em breve teremos o bom velho Sálvio. Por seu turno, Ola John ainda não me convenceu, nota-se que tem qualidade mas acho que não tem feito jogos por aí além como a imprensa tem dito. Para mim, Nolito e Gaitán ainda estão à frente dele (nem falo de Bruno César pois já o considero uma opção para o centro e não para a faixa). Já agora, Gaitán só joga na Champions e está bom de ver o porquê….Rodrigo continua eclipsado e a dupla Lima/Cardozo está em clara vantagem. Melgarejo tem estado regular e Enzo e Matic tem formado uma dupla que vai segurando o meio campo, para minha surpresa, já que sempre defendi que o Benfica deveria ter um meio campo de três elementos, depois das saídas de Javi e Witsel. E assim vamos neste primeiro terço de campeonato: bem defensivamente; ganhando, por vezes à justa, por vezes mais facilmente; sobrevivendo no topo e, acima de tudo, bastante pragmáticos, a nota artística fica, muitas vezes, fora dos planos e a equipa foca-se no essencial, que é alcançar os 3 pontos. Espero que continuemos no topo até à interrupção para o Natal e naturalmente, que cheguemos ao fim do campeonato em primeiro. A ver vamos o que os restantes dois terços nos reservam e se o mercado nos proporciona alguma surpresa. Para a próxima jornada há um jogo difícil contra o Sporting…
Nota 1 – Meyong e João Tomás, ambos fizeram um hat-trick num jogo fantástico, de parabéns os dois.
Nota 2 – Rio Ave e Paços de Ferreira, ambos a fazer um excelente campeonato.
A subir: Rui Pedro/Atlético Madrid/ Mexés e Ibrahimovich/ Bayern Munique. Um hat-trick ao Braga na Champions e, logo de seguida, um golo que contribuiu para a vitória do Cluj na Liga Romena, levaram o gaiense é ribalta. O clube madrileno tem-se mantido na perseguição ao Barcelona e não tem vacilado. Na próxima jornada jogará com o Real Madrid, passará na prova de fogo? Para conferir. Os dois jogadores marcaram golos fantásticos de pontapé de bicicleta, dois hinos ao futebol. O clube alemão parece uma máquina trituradora na Bundesliga, esta máquina alemã não dá hipótese.
A descer: Real Madrid/Eduardo Barroso. Complicada a vida do campeão, que não se tem aguentado na luta pelo título. Esta semana ficou a 11 pontos de distância dos blaugrana. Conseguirá recuperar?…
Eduardo Barroso diz o que lhe apetece, dispara em todas as direcções, fala como quer, é o rosto do Sporting, uma autêntica anarquia, uma confusão, sem palavras.
Saudações Desportivas.