A equipa do regime

 

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Escrito por: Duarte Pernes

O derby do passado domingo entre águias e leões mais não fez do que confirmar, pela enésima vez, uma ideia que já vem de há muitas décadas a esta parte: para o Benfica vencer vale tudo. 

Não importa o que é necessário fazer ou quais os métodos utilizados para o conseguir. Não interessa se, na mesma competição, existem mais quinze equipas, algumas delas (imagine-se a ousadia) com a ambição (ou deverei chamar-lhe desplante?) de disputar o primeiro lugar e de tentar, em campo, contrariar os desígnios benfiquistas. O que é verdadeiramente relevante é garantir que, no fim, o “glorioso”, o “maior clube do mundo”, o “outro nome de Portugal” sai vencedor. Tudo a bem da nação e dos seus superiores interesses, claro está.

E para garantir que tudo aquilo que não pode ser mascarado com a desculpa dos “critérios largos” é logo sufocado por uma contra-informação massiva, o Benfica conta com uma hábil máquina de propaganda mediática a que o FC Porto – muito por culpa própria, diga-se – não tem conseguido dar resposta. Mais uma vez, nada disto é novo, nem começou recentemente. A promiscuidade entre as sucessivas direcções benfiquistas e alguma comunicação social existe desde tempos imemoriais e, embora no presente tal já não chegue para branquear aquilo que as imagens vão evidenciando, intoxica e manipula a opinião pública, relevando determinados assuntos e omitindo outros. 

Neste sentido, o Benfica x FC Porto da época transata é um exemplo paradigmático. De nada importou a dupla mão de Cardozo na grande área, que daria um penalty para os dragões com o resultado em 2-2, ou o mergulho de Gaitan em lance disputado com Djalma, que originou o livre do qual resultou o segundo tento encarnado, quando afinal o Porto tinha feito um golo em fora de jogo. A reter ficou apenas o seguinte: golo irregular que deu a vitória portista. Tudo o resto foram minudências. E assim se fez, e se faz, a história daquele jogo na boca do adepto comum. 

Infelizmente para as hostes encarnadas, desta vez não houve como escamotear ou desviar as atenções (não que tal não tenha sido tentado, mas adiante) daquela que foi uma arbitragem de péssima categoria e de sentido único. Desta vez não deu, foi descarado em demasia. Azar dos Távoras! Até posso dar de barato o lance entre Garay e Wolfswinkel (o avançado holandês não tem a arte de Mossoró para “cavar” penaltys e ainda que a tivesse, nada seria assinalado), mas o que já não merece nenhuma espécie de benevolência são os lances de Maxi – sempre ele – com Capel e Viola. João Capela viu e ajuizou mal nesses como noutros casos e sempre em prejuízo do mesmo: o adversário do Benfica, que naquela noite foi o Sporting, mas que podia ter sido outro clube qualquer.

De resto, os únicos títulos de campeão ganhos pela equipa da Luz de que me recordo de vivenciar ocorreram em 2005 e 2010. Em ambos se pôde constatar a falta de transparência com que os respectivos campeonatos decorreram. Nos dois se verificou a mesma vontade férrea da parte de quem se exigiria equidistância para que, desde início, o vencedor final vestisse de vermelho. Este ano, apesar de alguns episódios infelizes que condicionaram certos jogos e sobretudo enfraqueceram previamente os oponentes encarnados, via o Benfica com uma equipa personalizada e bem montada pelo seu treinador. No entanto, quando chegou um momento de maior aperto não foi nada disso que falou mais alto. O que ficou na retina, isso sim, foram uma série de sucessivos equívocos e coincidências estranhas. A confirmar-se o título benfiquista, esta bem poderia ter sido a primeira época em que veria o meu arquirrival vencer de forma transparente. Mas não, ainda não foi desta! 

 

Saudações

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