Porto Sentido: Hoje vou ver o Porto ganhar

Lembro-me dos meus primeiros jogos nas Antas. Devia ter uns quatro, cinco anos… Naquela altura, para mim, só havia um resultado possível: o Porto ganhar. Aliás, acho que ao vivo no Estádio das Antas só assisti a uma derrota do Porto, atentado perpetrado por essa “One Hit Wonder” do futebol português, chamada César Brito.

 

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Estas doces memórias de infância, em que a única dúvida que pairava sobre a minha jovem cabeça portista era saber por quantos íamos ganhar, contrastam com a realidade dos últimos anos, em que cada jogo é (ou era!) de tripla.

Antigamente, marcar um golo era sinal que viriam mais a seguir. Num passado recente, marcar um golo era sinal de uma equipa que a seguir tremia como varas verdes e se fechava em copas, a rezar para não empatar.

Contudo, o FCP versão 2017/2018 faz-me lembrar os meus tempos de criança. Um Porto implacável, sem contemplações, que quer sempre mais, que pode, nalguns momentos, não jogar muito bonito, mas que não descansa enquanto a bola não entra na baliza. Um Porto seguro. Basta fixarmo-nos no olhar dos jogadores e sabemos que tudo vai correr bem. E, mesmo que não corra bem, como contra o Besiktas, sabemos que no próximo confronto os adeptos serão ressarcidos de uma noite menos conseguida.

E este Porto paga a dobrar: exibição de gala no Mónaco e em Alvalade (onde só faltaram os golos para tudo ser perfeito), passagem com distinção em Braga e Vila do Conde, resultados firmes nos embates caseiros.

E tudo isto, com os mesmos intérpretes da época passada. Com aqueles jogadores que muitos (incluindo eu!) criticaram.

Um Porto que, restringido pelas limitações financeiras, estende a passadeira vermelha para um senhor Sérgio Oliveira, tantas vezes apontado como promessa e outras tantas dispensado.

Um Porto que mostra um Marega “todo-o-terreno”, esse mesmo que era alvo de chacota das claques adversárias e provocou muitos olhares desconfiados no próprio seio portista.

Um Porto com margem de progressão. Um Porto com um treinador extremamente focado, seguro e que não tem vergonha de assumir quando erra; um líder que faz o que os líderes devem fazer: dar o peito às balas nas derrotas e “esconder-se” nas vitórias.

Para já, o Mar Azul tem conduzido a equipa numa senda de vitória. Sabemos que o caminho ainda é longo e será cada vez mais difícil. E podemos chegar a Maio e voltar a falhar a conquista do título… Mas desta vez, o Porto vai ser um osso muito duro de roer. Porque tenho a certeza que, algures, há uma criança que ao entrar no Estádio do Dragão diz: “Hoje vou ver o Porto ganhar!”

Autor: António Pinheiro

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