Clubes chineses impedidos de contratar guarda-redes. Porquê?
2 min readNos últimos tempos, os milhões da China têm convencido jogadores e treinadores consagrados a mudarem-se para o Oriente.
Nomes como Luiz Felipe Scolari, André Villas-Boas, Fabio Cannavaro ou Sven-Göran Eriksson deixaram-se seduzir por este novo El Dorado, tal como muitos jogadores que brilhavam na Europa e que poderiam continuar a encantar. Craques como Carlitos Tévez, Hulk, Rúben Micael, Ezequiel Lavezzi, Ramires, Óscar ou Fredy Guarin não hesitaram em trocar o velho continente – expoente máximo do futebol – pelos milhões chineses.
No meio destes e de outros grandes jogadores que ficaram como discriminar há uma característica em comum: todos eles são jogadores de campo; ou, por outras palavras, nenhum deles é guarda-redes. Por que razão? Porque é que guardiões como Buffon ou Casillas, que já contam com muitos anos disto, não poderiam usufruir de uma reforma dourada na China?
A resposta é simples: porque é proibido. A explicação é sustentada na lógica do desenvolvimento dos jogadores chineses nesse sector.
Ora, o guarda-redes é a posição mais específica numa equipa, na medida em que só pode jogar um. Um clube pode actuar com cinco defesas, seis médios, ou dois ou três avançados. Ou seja, independentemente do esquema, o treinador pode fazer actuar dez jogadores em variadas posições. No tocante aos guarda-redes, só pode jogar um. Portanto, entenderam assim os responsáveis chineses, se houvesse contratação em massa de guarda-redes de renome, isso implicaria que os guardiões chineses não pudessem jogar e, por consequência, estagnassem a sua evolução. O que desde logo resultaria em menos qualidade nas balizas da selecção chinesa. Algo que não aconteceria noutras posições.
Contudo, a Liga Chinesa também possui outras normas para promover a utilização de jogadores nascidos no país. Por exemplo, a partir de 1994 até 2000, os clubes só podiam ter nos seus quadros três jogadores estrangeiros. A partir de 2001, esse número aumentou para quatro – no fundo são cinco, pois é permitida mais uma vaga, referente a um jogador que pertença à AFC, a Confederação Asiática de Futebol -, e apenas 3 poderão jogar ao mesmo tempo; ou seja, do 11 inicial, oito jogadores têm que ser de origem chinesa.